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Ano continuará difícil apesar de medidas contra crise, diz Obama

Apesar das medidas adotadas pelo governo para tirar os Estados Unidos da recessão, como as de ajuda a bancos, montadoras, ao mercado imobiliário e aos mercados de crédito, 2009 "continuará a ser um ano difícil para a economia americana", disse o presidente dos EUA, Barack Obama, em discurso apresentado nesta terça-feira.

"A gravidade da recessão atual vai causar mais cortes de empregos, mais despejos e mais dor antes de terminar", disse o presidente, em discurso na Universidade Georgetown.

"O mercado vai continuar a oscilar. O crédito ainda não está fluindo nem de perto tão facilmente quanto deveria. O processo de reestruturar a [seguradora] AIG e as montadoras vai envolver dificuldades e, algumas vezes, escolhas impopulares. Tudo isso significa que há muito trabalho a ser feito e que todos podem continuar a esperar esforços diários e incansáveis do governo para lutar pela recuperação da economia em todas as frentes."

No discurso, Obama reiterou que, apesar de a economia ainda não estar livre das dificuldades, já se veem "raios de esperança" --mesma expressão utilizada na sexta-feira (10), após reunião na Casa Branca com seus assessores econômicos.

Obama citou o pacote de estímulo à economia, de US$ 787 bilhões --aprovado em fevereiro--, o pacote de ajuda para o setor imobiliário --que prevê um montante de US$ 75 bilhões para financiar entre 3 milhões e 4 milhões de proprietários--, o pacote de ajuda aos bancos --que prevê US$ 500 bilhões para retirar dos balanços dos bancos papéis "podres" (com alto risco de calote, como títulos lastreados em hipotecas e outros empréstimos)--, as ajudas a montadoras e a instituições financeiras fora do setor bancário.

Segundo Obama, essas ações "estão começando a gerar sinais de progresso econômico". Ele no entanto, criticou a especulação e o comportamento de investidores que levaram à atual situação de crise no sistema financeiro.

"Simplesmente não é sustentável ter um sistema financeiro no século 21 controlado por regras do século 20 que permitiram que a negligência de uns poucos ameacem toda a economia. Não é sustentável ter uma economia na qual, em um ano, 40% dos lucros corporativos venham de um sistema financeiro muito baseado em preços inflados de imóveis, cartões de créditos levados ao limite, bancos muito endividados e ativos superavaliados; ou uma economia em que os ganhos do 1% mais rico tenham disparado enquanto o orçamento doméstico de um trabalhador típico tenham caído quase US$ 2.000."

Bernanke


A declaração de Obama vem no dia em que o presidente do Fed (Federal Reserve, o BC americano), Ben Bernanke, disse que a economia americana já dá sinais de que a recessão iniciada em dezembro de 2007 vem se atenuando.

Bernanke citou dados do mercado imobiliário, sobre gastos do consumidor e de vendas de veículos novos como sinais de que a recessão vem se tornando mais amena. Ele destacou ainda que o Fed pode promover a estabilidade da economia através de programas de crédito e de ações nos mercados de títulos, e acrescentou que "a caixa de ferramentas do Fed continua potente, mesmo com a taxa de juros perto de zero" --a taxa do Fed está hoje em uma margem entre zero e 0,25% ao ano.

Fonte: Folha Online

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