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Embraer descarta novos empregos a partir de contratos com FAB e Marinha

O presidente da Embraer, Frederico Curado, negou nesta terça-feira que os dois contratos assinados hoje com a FAB (Força Aérea Brasileira) e com a Marinha, no Rio, farão a empresa retomar contratações. Porém, ele disse que, assim que a Embraer volte a contratar, dará prioridade aos cerca de 4.200 funcionários que demitiu em fevereiro.

"Nós, ao fazermos o corte que fizemos em fevereiro, já tínhamos uma expectativa positiva em relação a esses dois contratos [com a FAB e a Marinha]. Eles são contratos de desenvolvimento, ou seja, que envolvem a mão de obra de engenharia, que foi preservada no corte", disse Curado após a assinatura dos contratos.

Segundo Curado, esses contratos não necessitam de empregos diretos. Mas ele está otimista que o mercado irá melhorar a ponto de fazer contratos de emprego fixos.

"Por enquanto nós não temos perspectivas de novas contratações, mas o compromisso que temos com nossos ex-empregados é que, quando voltarmos a contratar, a prioridade será deles", apontou. "Nossa expectativa é de que essa crise ceda em um período de dois anos para que possamos crescer."

O contrato assinado com a FAB foi referente ao lançamento oficial do plano de desenvolvimento de um novo modelo de jato cargueiro de transporte militar, o KC-390. Segundo a empresa, o avião cargueiro a jato será o mais moderno da sua categoria. Esse jato poderá substituir o Hércules (C-130) que é utilizado atualmente pela FAB. O projeto terá um investimento de US$ 1,3 bilhão e a previsão é que fique pronto em até sete anos.

Já o contrato da Marinha refere-se à modernização de 12 aviões caça antigos. Os aviões são os AF-1 e o AF-1a, e o investimento neste projeto é de US$ 140 milhões em cinco anos.

O vice-presidente de Mercado de Defesa e Governo da Embraer, Orlando Ferreira Neto, mostrou expectativas positivas para a exportação do KC-390, já que outros produtos desenvolvidos para a FAB resultaram em produtos com bom potencial de exportação, como o Tucaninho (T-27) e o Super-Tucano (A-29).

"Esse é o outro que está indo no mesmo caminho", disse. "Não estou dizendo que a FAB vai investir para ter isso e de suas encomendas, porque isso não está decidido. Mas nós vemos hoje um mercado endereçável de pelo menos 700 aeronaves nos próximos 15 anos, e se conseguirmos obter um market share relevante em todos os nichos que mercado em que atuamos, nós estaremos com um potencial de exportação de ao menos US$ 18 bilhões em 15 anos. Vamos pegar todos eles? Não sei, mas vamos brigar para pegar."

Fonte: Folha Online

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