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Resenhas VIII

Olhando em minha estante, deparei-me com um livro que comprei há tempos em um sebo de Copacabana. De cara quando o peguei na mão, torci meu nariz , cética, por se tratar de um livro escrito por uma das mais lindas e deslumbrantes atrizes brasileiras: Bruna Lombardi, aquela loura de olhos verdes (azuis) que mandou anos atrás a TV Globo para aquele lugar e depois teve um programa de televisão nos EUA, onde entrevistou, dentre outros, Robert Redford, Quenti Tarantino, Robert De Niro, Mel Gibson etc, etc.

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Pensei que uma mulher já tão linda e bem sucedida não poderia escrever um bom romance (!) - será inveja? - ainda mais sabendo que diziam por aí que Bruna também era uma… poetisa, com alguns livros editados. Mas como eu era viciada em comprar livros em sebos (preciso ter uma recaída), não resisti e levei o livro neste dia, juntamente com um esplendoroso Luiz de Camões, a bela Bruna Lombardi fazendo companhia ao poeta maior.

Ainda assim relutei em abrir o tal livro - Filmes Proibidos - (Companhia das Letras) - pois ainda não estava convencida de sua qualidade.

Mas eis que, num dia de consciência pesada, porque penso que escritores de livros devem ser respeitados sempre - dado sufoco que é para editar um - resolvi ler Bruna Lombardi.

Bruna Lombardi

E daí, meu querido leitor… Muiiiito bom o romance! Um thriller, uma história de amor. Ela brinca com o gênero nesse seu romance, colocando em cena uma personagem narradora de trinta anos que enfrenta todas as barras, das mais pesadas às mais prazerosas, com humor e nonchalance. Escreve com propriedade e poesia, é inteligente e sábia pra caramba. Só não sei se vocês poderão ter acesso porque é uma edição de 1990 (!). Mas eu precisava render esta homenagem � esta que, além de lindíssima, boa atriz, é contista, poeta e este , que eu saiba, é seu único romance e acho que os leitores brasileiros deveriam conhecer, até porque me parece que ela, entrando em crise existencial, parou de escrever. Que pena. Mas continua linda, com certeza.

Trechos do livro Filmes Proibidos

Deve haver alguma coisa errada numa moça que só tem roupa preta e cinza, a era da depressão, que desânimo. Que roupa é essa? Por que compro tanta coisa que detesto…

Gastei tempo demais pensando num cara. Agora chega. Ele que fique com suas noites pesadas de Berlim, no bar Einstein, com alguma loura de Kreuszberg chamada Helga, atriz do Partido Verde, bebendo steinheger.

Sou uma Alice da cidade, enclausurada num antro, misturando bio-degradáveis e glitter.

O que está acontecendo comigo? Confissões íntimas a um vendedor de livros que mal conheço?

Senti urgência em sair dalí. Pedi que embrulhasse A sombra do vulcão para o endereço de RW. Paguei no caixa e, finalmente na rua, apressei o passo até sentir taquicardia.

Corpos, destroços, resíduos e ossos…
detritos, dejetos funestos, o lixo dos restos…
tudo apodrece, só o amor se conserva…
nosso amor é a última reserva…

Please, a spoon and kiss me quickly , disse ao garçom. Beije-me garçom. Beije-me e eu te conto histórias hilárias de cronópios e famas, essa noite especialmente me sinto tão perdida, tão especialmente perdida, please, beije-me.

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