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Israel, Faixa de Gaza e o Caminho de Abraão


Hoje foi o terceiro dia de ataques aéreos de Israel à Faixa de Gaza, um ataque terrestre não está descartado e essa ação militar já é considerada a pior desde a Guerra dos Seis Dias (1967). Os últimos números que eu vi foram 327 (mortos), 1.400 (feridos) e 7.000 (iranianos que se apresentaram como voluntários para ataques suicidas a Israel). Será que isso terá fim algum dia? Desconfio que não; pelo menos não enquanto o Ocidente ficar tomando partido (qualquer que seja o partido) e enquanto os ocidentais olharem para aquele pedaço do mundo como se estivesse no degrau mais baixo da escada civilizatória e nós no mais alto.

Mas é um bom momento para falar da única iniciativa mais pé no chão que surgiu até agora para estabelecer paz por lá, promovendo o convívio –a “experiência comum”– entre os dois povos e, assim, dando cara ao inimigo para que deixe de sê-lo, além de reforçar o ancestral comum, Abraão: o Caminho de Abraão (Abraham Path –tem versão do site em português). Trata-se da construção de um caminho para peregrinos no Oriente Médio, na linha do de Santiago de Compostela, com 1.200 km de extensão. Trabalho de formiguinha, demoradíssimo, mas tem outro jeito? Eles estão no momento tentando mapear e demarcar 150 km em quatro países. A iniciativa tem pouco mais de dois anos e foi do William Ury, um super especialista em negociações internacionais de Harvard, com quem a gente convive lá na HSM, e provavelmente uma das pessoas mais gente-boa que existem neste mundo. (Curiosidade: o Ury é casado com uma brasileira.) Ury envolveu nessa história dois brasileiros muito bacanas também: um judeu (o rabino Nilton Bonder, que escreveu um livro sobre a experiência de percorrer o trajeto proposto de ônibus em 2006, “Tirando os Sapatos”) e um árabe, Paulo Farah, diretor do Centro de Estudos Árabes da Universidade de São Paulo (que participou da mesma experiência). A iniciativa Caminho de Abraão precisa muito de doações, já que temos falado de doações aqui no UoD (vejam o site). Empresários brasileiros, segundo a revista Veja deu há algum tempo, comprometeram-se a doar Us$ 1,5 milhão entre 2006 e 2010.

Para fechar, escrevi um pouco mais sobre a co-autoria dessa história pelo Ocidente depois do break, se alguém se interessar, só para não acharmos que somos meros espectadores no degrau mais alto da escada.

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Fonte: Adriana Salles Gomes

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