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Em busca de uma Mercedes baratinha (Grandes Executivos -- Última parte)

Acabou. Ontem foi a última aula do curso Grandes Executivos da Casa do Saber. O protagonista foi Paulo Cunha, presidente do conselho de administração do grupo Ultra (dono da Ultragaz, Ipiranga e Texaco). Aos 68 anos de idade, Cunha é um veterano no mercado petroquímico brasileiro, tendo iniciado sua carreira no setor na Petrobras. Pois ele disse que nesse tempo todo nunca viu uma crise tão brava como a de agora. Segundo ele, nesse momento o plano de investimentos do grupo para o ano que vem está totalmente suspenso. "Crescimento deixou de ser a questão. O que importa agora é a competitividade", disse ele. Na prática, Cunha e os executivos do Ultra devem agora se concentrar em cortes de custos e busca por eficiência. Para Cunha, aliás, essa valorização dos fundamentos dos negócios será uma das grandes conseqüências dessa crise. De acordo com ele, no futuro vai prevalecer o "a lógica chinesa (a da produção) e não a de Wall Street".

Apesar das dificuldades que vão surgir nos próximos meses, ele acredita que o aperto do crédito vai acabar gerando boas oportunidades de negócios para quem tem dinheiro em caixa. Cunha contou que acabou de voltar de uma viagem aos Estados Unidos e que lá havia entrado numa concessionária Mercedes para ver de perto como estavam as vendas. O resultado da "pesquisa" foi impressionante. Um determinado modelo, vendido até pouco tempo atrás por 60 000 dólares, agora poderia ser levado por 35 000 dólares (à vista). Quando terminou de contar o caso à platéia, ele abriu um sorriso e disse: "O que vai aparecer de Mercedes baratinha na minha frente..."

Tenho a impressão de que ele não estava falando de carros, não...

P.S. Se quiser ler os outros posts sobre os encontros com os outros executivos -- Roger Agnelli (Vale), Fábio Barbosa (Santander), Antonio Maciel Neto (Suzano), Nildemar Secches (Perdigão) e Roberto Lima (Vivo) -- clique aqui

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