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Paulistão:Interior perde receita com horários ruins de jogos

Além de serem fortemente prejudicados pela divisão de receitas vindos das emissoras de televisão os clubes do Interior vão perdem mais receita durante o Paulistão 2009. O motivo é simples: com exceção do Palmeiras, os demais clubes vão ter poucos jogos, como mandantes, nos horários considerados nobres – 16 e 17 horas de sábado e domingo. Os mandantes ficam com as rendas, descontadas as despesas (taxas, arbitragem, bolas, bilheteiros, seguranças).

A disparidade a favor do Palmeiras é grande. O time do Parque Antártica fará seis jogos nestes horários. O Palmeiras vai receber Mogi Mirim, Paulista, Guarani e Barueri, no sábado, além de Santos e Corinthians, no domingo. Outrs três times farão apenas dois jogos: Corinthians (Oeste e Portuguesa); São Paulo (Santo André e Corinthians) e Ponte Preta (Palmeiras e Mogi Mirim)
Meio de semana é fria
A situação fica mais complicada ainda para os que terão apenas um jogo em boas condições: Santo André (Corinthians), Botafogo (São Paulo), Bragantino (Corinthians), Guaratinguetá (Barueri), Santos (São Paulo) e Portuguesa (São Paulo).

Estes clubes prejudicados serão obrigados a promover mais seus jogos, normalmente no meio de semana, quando as rendas são menores. Muitos jogos perdem até metade do público quando são disputados no meio de semana. E o domingo, além de ser o “dia do futebol”, preferido pelos torcedores, vira uma data especial no caso da presença de um grande clube no Interior.

Pela divisão feita pela Federação Paulista de Futebol (FPF) cada time do Interior fará dois jogos em casa com os quatro grandes: São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos.

Pouco dinheiro, divisão errada
A reclamação dos times do Interior é geral. Mesmo porque muitos discordaram da divisão de receitas (cotas de TV) elaborada pelo presidente Marco Polo del Nero. Ele aumentou o valor dos grandes de R$ 5,5 para R$ 7,5 e igualou os demais 16 clubes com uma cota de R$ 1,4 milhão.

O presidente da Portuguesa, Manuel da Lupa, foi o que mais reclamou. Ele queria a criação de uma segunda faixa de clubes, com mais tradição, como a própria Lusa, a Ponte Preta e o Guarani, ambos de Campinas, talvez São Caetano e Santo André que investem bastante em seus elencos.

Manuel_0002_130.jpg“Simplesmente colocaram a Portuguesa num patamar igual a todos os demais. Não quero menosprezar ninguém, mas isso não pode acontecer. Não posso ter o mesmo peso de Oeste de Itápolis e Mogi Miriam, que acabam de vir da Série A2”, comparou na época da Lupa.

Enquanto os novatos do Interior trabalham com folhas salariais menores, em torno de R$ 250 mil, a Portuguesa e outros times médios têm despesas mensais que variam entre R$ 400 e R$ 700 mil.
Apesar do presidente da FPF, Marco Polo, ter sinalizado de que poderia promover alguma mudança, nada aconteceu. E as discussões, agora, ficam proteladas para 2010.

Verdão, outra vez, beneficiado
Para muitos, principalente para a diretoria do São Paulo, o Palmeiras foi o principal beneficiado no Paulistão 2008. A questão levantada pelo tricolor se refere ao jogo semifinal, no Palestra Itália, quando aconteceu o incidente conhecido como “gás de pimenta”. Um gás tóxico foi liberado no intervalo do jogo com o São Paulo, impedindo que o time tricolor pudesse descansar naquele jogo.

O arquivamento do processo pela Polícia Civil e uma pena branda ao Palmeiras, de apenas a perda de dois mandos de campo, não acalmou a revolta do São Paulo. O relacionamento entre o clube e a FPF ficou mais estremecido, em dezembro, quando houve outro incidente: a denúncia da FPF sobre uma suposta manipulação de arbitragem na última rodada do Campeonato Brasileiro. O caso ficou conhecido como “Caso Madonna”.

Mas, além da vantagem do Palmeiras, em termos de arrecadação, outro grande sai na frente neste Paulistão. É o Corinthians, que disputará cinco dos sete primeiros jogos em casa, dentro do Pacaembu. Será a chance de deslanchar e garantir, rapidamente, sua vaga nas semifinais e buscar o título da temporada.

Fonte: Futebol Interior

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