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Médicos esclarecem mitos sobre a primeira relação sexual

G1 estreia nesta segunda (26) a série 'Sexo sem dúvidas'. Até sexta, reportagens diárias abordarão tabus sobre a sexualidade.

Data Tema
Segunda (26) Primeira vez
Terça (27) Ejaculação
Quarta (28) Menstruação
Quinta (29) DSTs
Sexta (30) Métodos anticoncepcionais
Sábado (31) Masturbação
Domingo (1) Orgasmo

Sexo é gostoso e faz bem à saúde, mas pode causar muita dor de cabeça - principalmente entre os mais jovens. Para esclarecer mitos e responder perguntas, o G1 traz nesta semana a série “Sexo sem dúvidas”. Nenhum problema é tabu, nenhuma questão é motivo de vergonha.

Nesta segunda-feira (26), o tema é a primeira relação sexual. Quem já passou pela experiência pode ter esquecido, mas a verdade é que a famosa “primeira vez” enche de minhocas a cabeça dos mais novos.

E pergunta sem resposta, quando o assunto é sexo, pode ser muito arriscado. Portanto, aos especialistas!

1) É possível engravidar na primeira vez?

“Sim, é possível. Não só na primeira, mas na segunda, na terceira, na quarta e em qualquer relação sexual que ocorra de forma desprotegida”, explica a ginecologista especialista em adolescentes e adultos jovens, Arlete Gianfaldoni, doutora assistente do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Não há mistério. Sexo sem anticoncepcional e sem camisinha pode engravidar, mesmo que você seja virgem. Aliás, se você for virgem, o risco de engravidar pode até ser maior, alerta a médica.

“Pesquisas científicas mostraram que um alto nível de estresse altera o equilíbrio hormonal da mulher. Ou seja, ela pode ficar mais fértil. Muitas vezes, a primeira relação sexual causa ansiedade e isso pode deixá-la até mais propensa a uma gravidez”, explica Arlete.

Outro fator que aumenta o risco de gravidez na primeira relação é um “truque” do nosso organismo que foi herdado de nossos ancestrais. Quando a mulher está ovulando, ela sente um desejo sexual maior. “Muitas meninas têm a sua primeira relação exatamente quando estão ovulando. Isso por que o hormônio estrogênio atinge seu auge e aumenta a libido”, conta a médica.

Por isso, nada de dar bobeira. Quem quer iniciar a vida sexual precisa ter um encontro marcado - com um ginecologista! Só o médico (ou a médica) vai saber indicar qual a melhor forma de contracepção para cada mulher. A consulta também é uma excelente maneira de conhecer o próprio corpo.

“A grande maioria das meninas só aparece no ginecologista depois da primeira vez - e, geralmente, quando já deu alguma coisa errada. Ou elas estão com medo de terem engravidado ou estão com alguma infecção”, conta Arlete.

O certo é ir antes, ainda virgem mesmo. “A consulta em meninas virgens é externa e é muito importante para que ela se conheça. Mesmo as jovens que parecem mais bem informadas se surpreendem na primeira consulta”, garante a médica.

Não importa o anticoncepcional escolhido, a camisinha, masculina ou feminina (as duas juntas, nunca!), é indispensável. “Os jovens são o principal grupo de risco das doenças sexualmente transmissíveis. A camisinha evita não apenas a Aids, mas uma série de doenças - como a clamídia, que causa esterilidade”, alerta a ginecologista.

2) Toda mulher sangra na primeira vez?

Não. Isso é um grande mito. “Algumas mulheres sangram, outras não sangram. Umas não sangram na primeira vez, mas vão sangrar na segunda ou na terceira. Outras só sangram muitas relações depois. E outras ainda não sangram nunca”, conta o ginecologista Eduardo Vieira da Motta, da Universidade de São Paulo.

A causa do sangramento na primeira relação sexual é uma pequena pele na entrada da vagina chamada “hímen”. Em boa parte das mulheres, essa “barreira” se rompe na primeira relação sexual. Mas isso está longe de ser uma regra.

“O hímen varia tanto em termos de formato quanto em termos de elasticidade. Existem aqueles que são como uma borda, com uma passagem no meio. E existem outros que são como uma redinha, cheia de pequenos buraquinhos”, explica Motta. “Alguns são espessos e doem quando são rompidos. Outros são fininhos e a mulher não sente nada”, conta o médico.

A elasticidade também é um fator importante. Hímens pouco elásticos costumam romper logo na primeira relação. Hímens mais elásticos, chamados de “complacentes”, permitem a passagem do pênis e continuam ali -- alguns só vão romper depois de muitas relações.

No consultório médico, é possível ter uma avaliação do tipo de hímen da menina sem que seja necessário qualquer exame interno. “O hímen é visível no consultório. Embora não seja possível avaliar a elasticidade visualmente, é possível verificar o formato”, explica Motta. Mais um motivo para visitar o ginecologista antes da primeira relação sexual.

Para evitar maiores desconfortos, é importante estar relaxada. A vagina é um músculo que, como qualquer outro, se contrai durante momentos de estresse. Por isso, a primeira vez só deve ocorrer quando a mulher estiver muito segura e tranquila. E, sempre, com camisinha.

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