O “Fantástico” teve acesso ao conteúdo do  computador pessoal de Eliza Samudio e divulgou parte das conversas que a  modelo mantinha pela  internet.  Segundo os dados fornecidos pela  polícia,  a ex-amante de Bruno  conversava frequentemente com um famoso jogador de futebol, cuja  identidade não foi revelada pois ainda não pôde ser confirmada.
Nas mensagens eletrônicas, Eliza conta que tinha feito um acordo com Bruno.  O goleiro deveria depositar uma quantia mensal em sua conta para  impedir que ela procurasse a imprensa para falar sobre o caso dos dois.  Ao jogador, Eliza diz que Bruno a chamou para conversar. “Disse que quer  me encontrar, que só quer ajudar”, afirma Eliza. A outros amigos, a  modelo disse que o pai de seu filho pediu “um voto de confiança”.
Segundo  um advogado consultado pelo “Fantástico”, as mensagens podem indicar  que Bruno tentou convencê-la a confiar nele e ir a Belo Horizonte. O que  seria prova de que o crime foi premeditado.
Bruno  e outros cinco suspeitos de envolvimento na morte de Eliza estão presos  na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, região Metropolitana de  Belo Horizonte. O advogado Ércio Quaresma Firpe afirmou que vai pedir  habeas corpus para todos eles na segunda (12).
Entenda o caso
Eliza  Samudio desapareceu no dia 4 de junho. O último contato conhecido dela  foi com a advogada Anne Faraco, que acompanhava o reconhecimento da  paternidade do filho de quatro meses que dizia ser de Bruno Fernandes,  à época goleiro e capitão do Flamengo. Eliza avisou no telefonema que  iria a Minas Gerais encontrar o jogador, pois ele havia concordado em  fazer um exame de DNA.
Nos meses anteriores, a modelo tinha levado à imprensa do  Rio de Janeiro  a notícia de que estava grávida do goleiro Bruno.  A criança teria sido concebida no primeiro encontro dos dois em um  churrasco em maio de 2009, quando o atleta já era casado com Dayanne  Souza.
Em outubro, Eliza denunciou ter recebido ameaças de Bruno, que pressionava para que abortasse a criança. A  Justiça  determinou que o atleta mantivesse, pelo menos, 300 metros de distância dela.
Quando  o bebê nasceu, em fevereiro deste ano, a ex-amante passou a negociar as  condições para que Bruno assumisse a paternidade. Ela batizou a criança  com o mesmo nome do jogador. Um mês depois, ela foi ao Rio e enviou uma  mensagem para sua advogada: "Estou no mesmo hotel que fiquei aquela  vez, se acontecer algo, já sabe quem foi". O advogado do jogador  rejeitou o acordo proposto por ela na ocasião.
Em 24 de junho, a  Delegacia de Homicídios de Contagem, região metropolitana de Belo  Horizonte, onde ficava o sítio de Bruno, recebeu uma denúncia de que  Eliza havia sido levada para o local, onde teria sido assassinada. Foi  quando as polícias fluminense e mineira começaram as buscas por Eliza.
Dois  dias depois, a mulher do jogador, Dayanne, foi autuada “por subtração  de incapaz” por ter entregado filho de Eliza a uma amiga.
Na segunda-feira (28 de junho), a  polícia  de  Minas Gerais fez as primeiras buscas no sítio do atleta. No dia  seguinte, a perícia encontrou vestígios de sangue no carro de Bruno,  retido por falta de licenciamento em uma blitz no dia 8 do mesmo mês.  Mais tarde, um exame mostrou que se tratava do sangue de Eliza.
A  testemunha-chave do caso, um adolescente de 17 anos, que é primo do  goleiro, apareceu em 6 de julho e confirmou ter participado do seqüestro  de Eliza, ao lado de Luiz Henrique Romão - mais conhecido como  “Macarrão”, que era funcionário de Bruno.
O menor de idade disse  que ambos levaram a mulher para o sítio do jogador e que, de lá, ela  havia sido entregue ao traficante e ex-policial civil Marcos Aparecido  do  Santos,   conhecido também como “Bola”, “Paulista” e “Neném”, na cidade de  Vespasiano, na Grande Belo Horizonte. Ele seria o responsável pela morte  de Eliza, por estrangulamento.
O adolescente disse ainda que o  traficante desmembrou a mulher e deu as partes do corpo dela para que  cachorros comessem. Segundo a  polícia  de MG, Bruno teria acompanhado a entrega de sua ex-amante ao criminoso e presenciado o assassinato.
Bruno,  sua esposa e Macarrão, além de mais cinco pessoas envolvidas no crime,  tiveram sua prisão preventiva decretada após o encerramento do  depoimento do adolescente, no dia 6 de julho.
O jogador e seu funcionário já foram indiciados pela  polícia  do  Rio pelo sequestro ocorrido em junho deste ano e, pelo Ministério  Público do Rio (MP-RJ), por sequestro, cárcere privado e lesão corporal,  por conta do incidente de 2009, onde teriam tentado forçar Eliza a  abortar a criança que ela carregava.
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