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Assassinato do pai e prisão do irmão marcam família de Bruno

Rodrigo foi separado de Bruno quando se mudou para o Teresina.

Rodrigo Fernandes das Dores de Sousa, 25 anos, irmão do goleiro Bruno, mora no Piauí desde que tinha um ano e oito meses de vida. Natural de Belo Horizonte (MG), ele veio para Teresina após o pai, que era caminhoneiro, ter sido transferido pela direção da empresa onde trabalhava. Um desentendimento fez com que os pais se separassem. A mãe foi embora para a Bahia. O filho ficou com o pai, que anos mais tarde também o deixou. Sozinho na capital piauiense, Rodrigo passou por muita dificuldade, chegando até a ser preso.

Semana passada, a história de Rodrigo, comum em vários outros lugares do país, ganhou notoriedade na imprensa local. O motivo: ele é irmão do goleiro Bruno, suspeito de envolvimento no assissanato de sua ex-amante. Ele é acusado de mandar matar Eliza Samudio, que alegava ter tido um filho com o jogador fora do casamento.

Bruno, segundo relato de Rodrigo, teria ficado com a avó em Belo Horizonte, na época em que os pais foram morar em Teresina.

- Minha avó disse assim: 'Maurílio você vai com a Sandra, leva o Rodrigo e deixa o Bruno comigo. Quando o Rodrigo tiver maior, o Bruno vai para vocês ficarem juntos' - contou Rodrigo.

Maurílio e Sandra são os nomes dos pais de Rodrigo, que após alguns anos vivendo e trabalhando em Teresina, brigaram e terminaram se separando.

- Foi aí que me desencontrei da minha mãe e nunca mais a vi - disse Rodrigo, ressaltando que na época os pais discutiram para ver quem ficava com o filho, chegando até a ir para uma delegacia.

- O que me contaram é que o delegado deu minha guarda para meu pai, entendendo que assim ele não iria atrás de minha mãe - explicou.

Daí pra frente, Rodrigo passou a viver apenas com o pai. Já Bruno continuou com a avó, só que não mais na Rua Santa Efigênia, em Belo Horizonte, mas na cidade de Ribeirão das Neves.

- Então nunca mais tive contato algum com meus outros familiares - alegou, destacando que, por ser caminhoneiro, o pai não conseguia criá-lo direito, deixando-o com outras famílias.

- Até o dia em que, em 2002, meu pai apareceu pelo mês de janeiro e disse que eu tinha um irmão, que jogava pelo Atlético-MG. Na época, não me interessei, mesmo porque era muito novo.

Mas, não demorou muito para Rodrigo ficar sozinho de vez na vida. O pai o comunicou que estava indo morar em São Paulo e que não poderia levá-lo, deixando-o no Piauí na casa de amigos.

- Só que dois meses após chegar lá, o meu pai foi assassinado. O motivo nunca soube direito. Uns dizem que foi reação a assalto, outros que ele estava envolvido com a criminalidade - destacou. Mesmo assim, Rodrigo conta que nunca foi atrás de Bruno, nem da mãe.

Só que nesse meio tempo, Rodrigo se envolveu em um assalto. Segundo a polícia, ele e mais outros três acusados arrombaram algumas casas no bairro Morada do Sol, Zona Leste de Teresina, sendo capturado horas depois. Ele ficou detido no 11ºDP (Piçarreira) até ser colocado novamente em liberdade. Entretanto, Rodrigo não gosta de falar sobre o assunto.

- Foi por envolvimento com amizades ruins, mas já estou fora disso e quero esquecer tudo isso. Não importa mais - afirmou.

Rodrigo atualmente vive em uma casa simples no centro da cidade de Campo Maior, cidade distante 84 km ao Norte de Teresina, capital do Piauí. Trabalha como gari, recebe um salário mínimo e é casado. Seguindo os passos do irmão, ele chegou a fazer uma peneira no River como goleiro. Passou, mas não continuou devido à altura.

- Sabia que não pegaria a vaga, porque lógico que eles vão preferir goleiros com mais de 1,90m - apontou, revelando que sua altura é de 1,80m.

Rodrigo difere do irmão quando fala do seu clube do coração.

- Eu torço para o Vasco da Gama.

Fonte: LanceNet!

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