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Audiência dos Correios no TST termina sem acordo, e greve continua

Terminou sem acordo a audiência de conciliação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) dos servidores dos Correios, em greve desde o dia 16 deste mês. O vice-presidente do tribunal, ministro João Oreste Dalazen, rejeitou o pedido dos trabalhadores de nova audiência e decidiu enviar a demanda a dissídio.

No início da tarde, o ministro havia apresentado uma proposta de reajuste aos servidores de 4,5% mais R$ 100 de forma linear à categoria a partir de agosto deste ano e a concessão, em agosto de 2010, apenas do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Dos 35 sindicatos filiados à Fentect, em apenas onze os trabalhadores não estão em greve - Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Ribeirão Preto (SP), Santos (SP), Bauru (SP), Juiz de Fora (MG), Uberaba (MG) e Santa Maria (RS).

Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 41,03%, aumento linear de R$ 300 para todos os funcionários, além de redução da jornada de trabalho e contratação de mais servidores por concurso. Os Correios apresentaram sua contraproposta, que valeria para os próximos dois anos, oferecendo aumento salarial de 9%, reajuste linear de R$ 100, aumento no valor do vale-refeição de R$ 20 para R$ 21,50 por dia.

O que mais causa rejeição entre os trabalhadores entre todos os itens da proposta da estatal, e que está sendo decisivo para a continuidade da greve, é o acordo valer pelos próximos dois anos. Os funcionários exigem que o acerto valha somente até o ano que vem, segundo a Fentect.

"O governo quer fechar um acordo com as estatais pelos próximos dois anos porque quer afastar a possibilidade de greves e protestos por melhores salários em ano de eleição e, assim, evitar desgastar o candidato do presidente", diz Nilson Rodrigues, integrante da Fentect em Curitiba.

Adesão

Segundo a Fentect, ontem a adesão à greve foi de 55% dos trabalhadores, percentual que para os Correios chegou a 10% dos 109 mil funcionários da estatal.

A carga de entregas com atraso é de 46,7 milhões de correspondências e 392 mil encomendas, para um movimento diário de aproximadamente 33 milhões de correspondências e 770 mil encomendas. A maioria dos trabalhadores paralisados é formada por entregadores, motoristas, operadores de triagem, funcionários de agências, motoqueiros, entre outros, segundo a Fentect.

Seguem suspensos os serviços com hora certa - Sedex 10, Sedex Hoje, Sedex Mundi e Disque-Coleta. O Sedex funciona, mas sem garantia de prazo para entrega, afirmam os Correios em nota.

Na segunda-feira (21), o TST determinou que fossem mantidos 30% dos funcionários em cada uma das unidades dos Correios, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil. Os Correios afirmam que, na terça-feira, a Fentect desobedeceu a determinação em 100 agências, informação negada pelos sindicalistas, que dizem ainda que não receberam nenhum documento das procuradorias regionais do trabalho.

Como evitar transtornos

Para evitar transtornos com a greve, a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) orienta as empresas a disponibilizarem outros canais para que as contas que chegam por intermédio dos Correios sejam pagas, além de informar os clientes sobre a medida.

Segundo o Procon, os consumidores também têm a responsabilidade de procurar a empresa e descobrir meios de pagar as contas. "Não é porque a conta não chegou que o cliente não tem que pagar, mas as empresas têm que disponibilizar novos meios e avisá-los", afirma Fátima Lemos, assistente de direção do Procon.

Caso o cliente não receba a correspondência e não haja tempo hábil para efetuar o pagamento de outro modo, a empresa não deve cobrar multa e juros, de acordo com Lemos. "O mais certo é pagar uma segunda via sem multa e juros."

Fonte: Agência Brasil

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