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Sobre a saída de Zago



A notícia do dia foi a saída de Antônio Carlos do Corinthians. Relutei muito em escrever sobre isso. Não gosto de tachar as pessoas como “ruins” ou “boas” e presumir que tiveram comportamentos X ou Y. Ainda mais quando ninguém sabe o que realmente aconteceu ali. Pior, milhares de versões são ventiladas na imprensa sensacionalista. Prefiro apenas avaliar o que a situação trouxe de bom ou ruim para o Corinthians.

Enquanto diretor técnico, Antônio Carlos cometeu erros e acertos. Mais acertos do que erros, mas aí é questão de opinião. Foi responsável pela contratação de grande parte dos bons jogadores do nosso elenco e, dizem, gostava muito de trabalhar no clube, o que eu acho essencial. Duvido muito que tenha “ido pra balada” com Ronaldo.

A velha mania de achar que no Corinthians tudo é podre reinou e pipocaram insinuações contra o cara. Vi, na televisão, gente cobrando as atitudes de Zago, como se ele estivesse lá de fato. A ânsia de falar sobre o Corinhians, quase sempre, cega os próprios Corinthianos, e abre portas para que os rivais deitem e rolem em cima do suposto “escândalo” - e as mídias ganham espectadores. Não sei se ele estava lá, ninguém sabe.

(Note que, até agora, defendi apenas um bom jornalismo e a averiguação dos fatos antes de alardes. O Corinthians não pode deixar que a imprensa construa a sua própria imagem. Precisamos de uma boa assessoria e de maior controle das informações. Precisamos, também, pensar antes de sair na night e perder a hora do treino)

Para encurtar a história, Antônio Carlos quis sair. Talvez, por inquietações pessoais. Talvez, por não aguentar os atritos. Talvez, por não ser bem vindo - ainda mais por ser amigo de Andrés. Saiu e ponto. Que saia em paz. Detesto os que gritam FOI TARDE! e nem sabem do que estão falando. Ele fez o seu papel e, cedo ou tarde, foi embora. Fim.

Eu vejo um grande lado positivo no ocorrido. O Corinthians mostrou que não adianta ser amigo do presidente, nem do papa. Vacilou, amigão, vai aguentar pressão. Nosso clube clama por profissionalismo e, competente ou não, Zago ocupava o cargo por ser amigo de Andrés. Convenhamos, não era o melhor dos diretores técnicos no mercado. Mesmo porque, à época de sua contratação, ainda era zagueiro. Assim, Andrés, esperamos um grande profissional como substituto.

A vaga está aberta, podemos ter um sucessor melhor ou pior. Então, dependendo da escolha, saberemos o rumo que o Corinthians está seguindo e o grau de profissionalismo com o qual a nova administração está conduzindo o clube.

Fonte: Globo

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