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Australiano explica velocidade da Jabulani

A Copa do Mundo da África do Sul tem muitas estrelas, mas talvez nenhuma seja tão polêmica quanto a Jabulani – a bola oficial do mundial da FIFA.

Segundo um físico australiano, para o bem ou para o mal, ela vai sim causar diferenças nas partidas do campeonato.

“A bola será mais rápida e fará mais curvas do que a sua antecessora”, diz Derek Leinweber, chefe do Departamento de Física e Química da Universidade de Adelaide que, há seis anos, estuda a aerodinâmica de bolas esportivas. Além de bolas de críquete e golfe, seu trabalho passa também por modelos teóricos do comportamento de bolas mais antigas de futebol, como a de 32 painéis, e a Teamgeist, redonda oficial da Copa do Mundo de 2006.

A grande diferença da Jabulani para sua antecessora são as texturas, que devem criar turbulência o suficiente em volta da bola para que ela sustente seu vôo por mais tempo. Mas, para entender isso, é preciso dar uma olhada na aerodinâmica de um lance.

“Quando recebe um chute, a bola forma em volta de si uma fina camada de ar que é a principal responsável pela maneira como ela viaja”, diz Leinweber. “O ar tem que contornar a bola, passar ao seu redor quando ela é lançada. Assim, o ar que está perto dela tem que fazer uma trajetória maior do que o ar que está afastado de sua superfície, criando uma região de baixa pressão”, diz. O princípio é o mesmo de uma asa de avião.

Pensando numa bola de 32 painéis, vemos que ela tem irregularidades em sua superfície, diferenças milimétricas nos painéis que fazem com que ela não fique tão lisa – logo, o ar não “agarra” tanto a bola. “Já com a Teamgeist, o problema era justamente o contrário: ela é super lisa, quase uma esfera perfeita – o que dá um efeito similar ao de uma bola de criança”, diz o professor. A referência são aquelas grandes bolas plásticas, que ganham altura durante o vôo mas caem abruptamente – justamente porque, sem ranhuras que “segurem” o ar, ela não consegue dar “efeitos”.

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