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Equador reelege presidente pela primeira vez em 30 anos

O presidente do Equador, Rafael Correa, foi reeleito na eleição deste domingo (26) com uma ampla vantagem sobre seu principal adversário, o ex-presidente equatoriano Lúcio Gutiérrez. O resultado transforma Correa no primeiro presidente equatoriano reeleito em três décadas. É também a primeira vez, desde o retorno da democracia ao Equador, em 1979, que o povo elege um presidente em primeiro turno.

O resultado também marca o final de uma década de instabilidade no país durante a qual seus três antecessores foram destituídos em meio a revoltas populares.

Com um mandato assegurado até 2013, Correa tem o direito de disputar mais uma reeleição --um mecanismo que foi introduzido pela nova Carta, impulsionada por ele. Portanto, ele tem a possibilidade de governar até 2017, chegando a dez anos no poder.

Com cerca de 70% dos votos apurados, Correa tinha quase 52% dos votos enquanto o rival tinha 28%. Pela lei, um candidato a presidente vence no primeiro turno se obtiver ao menos 40% de apoio, com distância superior a dez pontos percentuais sobre o rival mais próximo --por enquanto, a distância é de 24 pontos.

Os resultados preliminares também apontam que o partido de Correa, Aliança País, e seus aliados conquistaram a maiora dos 124 assentos do Congresso Nacional.



Com base em bocas-de-urna, o presidente do Equador, Rafael Correa, comemorava a reeleição já ontem

Perfil

Economista de formação e novato na política, Correa conquistou o eleitorado equatoriano com um discurso duro contra a "partidocracia". Seus dois primeiros anos foram marcados pela convocação da Constituinte e por medidas controvertidas na área econômica, como a renegociação dos contratos com petroleiras, entre elas a Petrobras, e a suspensão de cerca de US$ 3,2 bilhões da dívida externa, que considerou ilegal.

Sua alta popularidade contrasta com a instabilidade política de seus três antecessores eleitos --nenhum deles, inclusive Gutiérrez, terminou o mandato.

No cenário internacional, um dos seus momentos mais conhecidos foi a crise diplomática com o Brasil, no ano passado. Correa expulsou a construtora Odebrecht e ameaçou não pagar uma dívida com o BNDES, alegando irregularidades na construção da usina hidrelétrica San Francisco, paralisada um ano após inaugurada.

Em reação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou o embaixador de Quito, sua primeira ação desse tipo em seis anos de governo. As relações só foram normalizadas após o Equador assegurar que pagaria a dívida.

Entre os principais desafios do economista está lidar com as finanças do país enquanto a queda no preço do petróleo limita o montante de dinheiro disponível a programas sociais. Correa mantém em sua mesa uma foto do papa, de Lula e do venezuelano Hugo Chávez.

Fonte: Reuters

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