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Correa diz que "pior já passou", mas enfrenta desafios da crise econômica no Equador

O presidente Rafael Correa conquistou a reeleição neste domingo, tornando-se o líder mais forte do Equador em várias décadas, mas pode ter pouco tempo para saborear a vitória. O economista esquerdista deve agora determinar a forma de manter os amplos gastos em programas sociais, enquanto o país enfrenta o aprofundamento da crise econômica global.

Com 70,36% dos votos apurados, os resultados preliminares oficiais anunciados na manhã desta segunda-feira indicavam que o presidente conquistou 51,72% dos votos, com vantagem de 23,74 pontos sobre o ex-presidente Lucio Gutiérrez. O bilionário Alvaro Noboa, derrotado por Correa em 2006, aparecia com 11% dos votos.

Por ter recebido mais de 40% dos votos, com uma vantagem superior a 10% sobre seu rival mais próximo, Correa não precisa disputar um segundo turno para confirmar a vitória.

"Continuaremos a fazer o que temos feito nos últimos seis meses [para enfrentar a crise] e continuaremos com o socialismo, é claro, já que foi para isso que o povo equatoriano votou", disse Correa, ao comemorar a vitória neste domingo. Ele disse que sua vitória foi a "a mais esplendorosa" dos últimos 50 anos no país.

Seu adversário Lucio Gutierrez denunciou no domingo que houve irregularidades durante a votação e disse que fará uma dura oposição ao governo.

Correa, 47, economista com formação nos Estados Unidos e na Bélgica, prometeu em janeiro de 2007, quando tomou posse, livrar seu país de uma classe política corrupta que há décadas sugava a riqueza do petróleo.

Agora, ele pode ter mais oito anos no poder --se for novamente reeleito--, à frente de um governo que tem 40% do orçamento dependente da indústria petrolífera que sofre com os atuais baixos preços decorrentes da crise financeira internacional.

As receitas com petróleo do Equador caíram 67% no primeiro trimestre deste ano. Além disso, o valor das remessas dos equatorianos no exterior caiu mais de 20%. O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê que a economia do país deverá encolher 2% neste ano.

Reunido com a imprensa internacional nesta segunda-feira, Correa chamou sua vitória "um apoio esmagador" dos equatorianos ao "socialismo do século 21" e previu melhorias para a economia no próximo ano.

"A perspectivas neste momento é muito boa para o país, o pior já passou, mas, evidentemente, há uma grande incerteza e tudo pode acontecer", disse o presidente.

Fonte: Reuters

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