Uma idosa morreu na madrugada deste domingo (17) depois de cinco dias à espera de uma vaga em algum Centro de Tratamento Intensivo (CTI) no estado do Rio. Magda Lúcia dos Santos, de 61 anos, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 11 de outubro, quando foi levada pela família ao Posto de Saúde da Vila São João, em São João de Meriti, na Baixada Fluminens, onde foi internada.
Segundo a prefeitura, desde o dia 13, a unidade passou a solicitar uma vaga de CTI para a Central de Regulação de Vagas do Rio. Na última sexta-feira (16), a família procurou a Defensoria Pública e conseguiu, com o juiz de plantão André Bruzzi Ribeiro, a tutela antecipada de obrigação, que determinava a transferência imediata de Magda, fosse para um hospital da rede pública ou privada, que seria custeada pelo estado e município.
De acordo com a família, no entanto, só no fim da tarde de sábado (16), quando o genro de Magda foi à delegacia pedir ajuda à polícia para que a determinação judicial fosse cumprida, funcionários começaram a busca por vagas.
"A gente quer Justiça. Vamos chorar depois", resumiu o genro de Magda, Paulo Henrique da Silva, que reclama ainda que quem levantou a necessidade do CTI para a sogra fora o médico da unidade em que ela foi levada para fazer hemodiálise. "Eles a mandaram fazer a diálise sem nenhum prontuário ou laudo. Quando chegou lá o médico disse que ela estava em coma", completou.
Prefeitura x família
Em nota, a prefeitura de São João de Meriti, informou que determinou “em caráter humanitário” que a administração do posto entrasse em contato imediato com a rede particular para providenciar a transferência. “A procura se deu em 40 hospitais e clínicas particulares, onde nenhuma vaga foi encontrada. A Central de Regulação continuou procurando em 15 unidades da rede pública de saúde e também não encontrou vaga disponível”, diz o documento.
Segundo a família, os médicos do posto de saúde a todo momento repetiam para a família não se preocupar porque a paciente estava melhorando. No entanto, parentes contam que, desde a tarde de segunda-feira, ela não respondia mais a estímulos de familiares. De acordo com a prefeitura, a causa da morte de Magda foi AVE isquêmica, insuficiência renal crônica e hipertensão arterial sistêmica.
"O que mais nos indigna é eles não assumirem que foram negligentes. A gente quer que se estruture a saúde nesse município", completa Paulo Henrique. Segundo a prefeitura, não houve negligência.
Obesa morre depois de 12 horas em ambulância
No final de setembro, Sebastiana Pinheiro da Silva, de 65 anos morreu depois de ficar cerca de 12 horas numa ambulância, em Tanguá, na Região Metropolitana do Rio, à espera de uma vaga onde pudesse ser atendida. Ela sofria de obesidade mórbida e pesava 300 kg.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Sebastiana Pinheiro da Silva morreu devido a um choque cardiogênico, causado por insuficiência cardíaca agravada por uma hemorragia digestiva, além dos fatores de comorbidade associados decorrentes da obesidade mórbida.
Fonte: G1
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