Parentes e amigos de Yasmin Kely Barbosa da Silva, 3, morta na semana passada durante uma operação de policiais militares do Batalhão de Bangu na entrada da favela Vila Aliança (zona oeste do Rio), acusam um policial militar de efetuar o disparo que atingiu a criança. O comandante do 14º Batalhão da PM (Bangu), coronel Pedro Paulo da Silva, nega as acusações e diz que vai esperar o resultado da investigação da 34ª DP (Bangu).
De acordo com familiares da menina, cinco policiais chegaram em uma Blazer na rua Severino Novaes, na entrada da Vila Aliança, onde estava a menina, em frente à Associação de Moradores. Em seguida, quatro PMs desceram do carro e teriam disparado cinco tiros em direção à favela, disse a família à Folha Online. Um dos tiros atingiu a criança nas costas.
Ainda segundo familiares da vítima, uma moradora testemunhou a ação do policial que resultou na morte da criança. "Ele colocou a mão na cabeça e percebeu o que tinha feito. Quando vi que ela foi atingida, peguei ela no colo e gritei: vocês são uns assassinos. O autor do disparo estava ao lado de um policial conhecido como Fumaça, que parecia comandar a equipe porque retirou na hora a arma da mão do policial que efetuou o disparo", disse à reportagem um dos familiares da criança.
Conforme a família, a polícia colocou caminhões para recolher entulhos na entrada da comunidade, após o crime. "Eles quiseram abafar a morte dela e fingiram que estavam realizando um trabalho de remoção de barreiras na rua."
Parentes de Yasmin procuraram a 34ª DP (Bangu) no mesmo dia. Eles também recolheram as cápsulas do crime como prova e entregaram para a delegada adjunta, Suzy Leite Cunha de Miranda.
"A doutora Suzy foi transferida para outra delegacia. Mas, estamos aguardando o resultado do exame de balística da vítima. As armas da guarnição foram apreendidas e encaminhadas para perícia e a mesma coisa aconteceu com as cápsulas recolhidas por moradores. Não temos previsão de quando deve sair o laudo, mas acredito que deve sair rápido, por causa da repercussão do caso", disse o inspetor da 34ª DP, Robson Ribeiro.
Os exames de balística estão sendo realizados no ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), no centro do Rio, segundo Ribeiro.
Familiares de Yasmin da Silva realizaram às 19h desta quinta-feira (7) uma missa em homenagem à criança na igreja Menino Jesus de Praga, na favela Vila Aliança, em Bangu, zona oeste do Rio. Na última quarta, afirmou sete dias que a menina foi atingida por uma bala perdida na comunidade e morreu.
Outro lado
Na semana passada, o comandante do 14º Batalhão, coronel Pedro Paulo da Silva, afirmou que um criminoso teria disparado vários tiros a esmo durante uma ação policial para desbloquear ruas da comunidade, por volta das 9h30, e acertou a criança.
"A polícia não chegou a trocar tiros com o bandido, que parecia estar drogado. Ele saiu atirando a esmo e acertou a menina que passava no local. Já iniciamos uma operação de inteligência para prender ele. Os policiais faziam uma operação pacífica na comunidade, apenas para retirar materiais que obstruíam as ruas", afirmou o comandante.
Segundo ele, a operação tinha o objetivo de retirar barricadas da entrada da comunidade e era uma ação "pacífica". Porém, o coronel Silva afirmou nesta quarta-feira (6) que prefere aguardar o resultado dos exames para se manifestar.
"Isso está sendo apurado pela PM e pela Secretaria de Segurança. A verdade é essa. Não vou mais entrar em polêmica porque não vale a pena. O negócio é esperar o resultado final. O que eu vou afirmar é que a operação não foi de repressão, foi uma ação para a retirada de entulhos do local. Foi uma operação pacífica", disse o comandante do Batalhão de Bangu.
Mortes de inocentes
Moradores da favela Vila Aliança pediram nesta semana ajuda à OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil). Eles querem que as mortes de duas crianças, em menos de dois meses, durante operações policiais sejam apuradas.
Além de Yasmin, que foi morta no dia 29 de abril com um tiro nas costas, Júlia Andrade de Carvalho, 8, foi atingida na barriga. Sobre a morte da menina Júlia, o exame de balística comprovou que o tiro não partiu de armas de policiais militares.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Margarida Pressburger, afirmou nesta semana que os moradores da Vila Aliança tem duas preocupações: medo de denunciar crimes porque se sentem intimidados, e as ações policiais que, de acordo com eles, ocorrem em horários em que as crianças e trabalhadores estão saindo de casa.
De acordo com Pressburger, a OAB-RJ estuda instalar na comunidade um posto de atendimento. Ainda segundo ela, já existem postos de atendimento da OAB nas favelas do Borel, na Tijuca, na Vila Cruzeiro, na Penha, na zona norte do Rio, e no morro da Coroa, na região do Catumbi, no centro da cidade.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio negou que as operações sejam feitas em horário escolar ou de pico. Segundo o órgão, denúncias de abusos de policiais podem ser feitas pelo telefone 0/xx/21/3399-1199.
De acordo com familiares da menina, cinco policiais chegaram em uma Blazer na rua Severino Novaes, na entrada da Vila Aliança, onde estava a menina, em frente à Associação de Moradores. Em seguida, quatro PMs desceram do carro e teriam disparado cinco tiros em direção à favela, disse a família à Folha Online. Um dos tiros atingiu a criança nas costas.
Ainda segundo familiares da vítima, uma moradora testemunhou a ação do policial que resultou na morte da criança. "Ele colocou a mão na cabeça e percebeu o que tinha feito. Quando vi que ela foi atingida, peguei ela no colo e gritei: vocês são uns assassinos. O autor do disparo estava ao lado de um policial conhecido como Fumaça, que parecia comandar a equipe porque retirou na hora a arma da mão do policial que efetuou o disparo", disse à reportagem um dos familiares da criança.
Conforme a família, a polícia colocou caminhões para recolher entulhos na entrada da comunidade, após o crime. "Eles quiseram abafar a morte dela e fingiram que estavam realizando um trabalho de remoção de barreiras na rua."
Parentes de Yasmin procuraram a 34ª DP (Bangu) no mesmo dia. Eles também recolheram as cápsulas do crime como prova e entregaram para a delegada adjunta, Suzy Leite Cunha de Miranda.
"A doutora Suzy foi transferida para outra delegacia. Mas, estamos aguardando o resultado do exame de balística da vítima. As armas da guarnição foram apreendidas e encaminhadas para perícia e a mesma coisa aconteceu com as cápsulas recolhidas por moradores. Não temos previsão de quando deve sair o laudo, mas acredito que deve sair rápido, por causa da repercussão do caso", disse o inspetor da 34ª DP, Robson Ribeiro.
Os exames de balística estão sendo realizados no ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), no centro do Rio, segundo Ribeiro.
Familiares de Yasmin da Silva realizaram às 19h desta quinta-feira (7) uma missa em homenagem à criança na igreja Menino Jesus de Praga, na favela Vila Aliança, em Bangu, zona oeste do Rio. Na última quarta, afirmou sete dias que a menina foi atingida por uma bala perdida na comunidade e morreu.
Outro lado
Na semana passada, o comandante do 14º Batalhão, coronel Pedro Paulo da Silva, afirmou que um criminoso teria disparado vários tiros a esmo durante uma ação policial para desbloquear ruas da comunidade, por volta das 9h30, e acertou a criança.
"A polícia não chegou a trocar tiros com o bandido, que parecia estar drogado. Ele saiu atirando a esmo e acertou a menina que passava no local. Já iniciamos uma operação de inteligência para prender ele. Os policiais faziam uma operação pacífica na comunidade, apenas para retirar materiais que obstruíam as ruas", afirmou o comandante.
Segundo ele, a operação tinha o objetivo de retirar barricadas da entrada da comunidade e era uma ação "pacífica". Porém, o coronel Silva afirmou nesta quarta-feira (6) que prefere aguardar o resultado dos exames para se manifestar.
"Isso está sendo apurado pela PM e pela Secretaria de Segurança. A verdade é essa. Não vou mais entrar em polêmica porque não vale a pena. O negócio é esperar o resultado final. O que eu vou afirmar é que a operação não foi de repressão, foi uma ação para a retirada de entulhos do local. Foi uma operação pacífica", disse o comandante do Batalhão de Bangu.
Mortes de inocentes
Moradores da favela Vila Aliança pediram nesta semana ajuda à OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil). Eles querem que as mortes de duas crianças, em menos de dois meses, durante operações policiais sejam apuradas.
Além de Yasmin, que foi morta no dia 29 de abril com um tiro nas costas, Júlia Andrade de Carvalho, 8, foi atingida na barriga. Sobre a morte da menina Júlia, o exame de balística comprovou que o tiro não partiu de armas de policiais militares.
A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Margarida Pressburger, afirmou nesta semana que os moradores da Vila Aliança tem duas preocupações: medo de denunciar crimes porque se sentem intimidados, e as ações policiais que, de acordo com eles, ocorrem em horários em que as crianças e trabalhadores estão saindo de casa.
De acordo com Pressburger, a OAB-RJ estuda instalar na comunidade um posto de atendimento. Ainda segundo ela, já existem postos de atendimento da OAB nas favelas do Borel, na Tijuca, na Vila Cruzeiro, na Penha, na zona norte do Rio, e no morro da Coroa, na região do Catumbi, no centro da cidade.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio negou que as operações sejam feitas em horário escolar ou de pico. Segundo o órgão, denúncias de abusos de policiais podem ser feitas pelo telefone 0/xx/21/3399-1199.
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