O filho primogênito de Clotilde foi arrebatado pela morte logo após o batismo. Clóvis, rei da França, estava ao lado da esposa no sepultamento. A mãe, embora abatida, permanecia resignada. Lia-se nos seus olhos a entrega serena à vontade divina. O pai, porém, tinha o semblante fechado. Terminando a cerimônia fúnebre, disse o sacerdote: “Deus o deu, Deus o tirou. Bendito seja o seu santo nome”. Aqui o esposo de Clotilde explodiu num grito de revolta: “Bendito, não! Antes, maldito seja o nome desse Deus dos cristãos. Ele e seus padres têm culpa na morte do meu filho. Foi levado pelos deuses porque, contra a vontade deles, eu permiti que fosse batizado”.
Clotilde tentou acalmar o esposo enfurecido, cuja atitude profanou o templo sagrado. Retirou-se vomitando blasfêmias e tomou o rumo do palácio. Clotilde, mulher cristã, continuou rezando pela conversão do marido, ainda pagão. Vestia-se com simplicidade, praticava obras de caridade e sofria calada os impulsos violentos do esposo.
Certo dia, na iminência de uma batalha muito arriscada contra os germanos, o rei Clóvis rezou pela primeira vez: “Ó Cristo, Clotilde me fala muito de ti! Se és realmente o Filho de Deus, concede-me a vitória sobre os inimigos! Então acreditarei em ti e me farei batizar”. Ganhou a batalha. E, como palavra de rei não volta atrás, tornou-se cristão. Mas continuaria sendo educado e acompanhado pela santa esposa. Santa Clotilde (+545), é celebrada no dia 14 de junho.
Para refletir: — Com paciência e mansidão até os animais ferozes são domesticados.
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