Chelsea e Manchester United definitivamente tiveram inveja do que aconteceu na véspera. Depois de o Arsenal conquistar uma virada épica sobre o Reading, por 7 a 5, Blues e Diabos Vermelhos protagonizaram um clássico com nove gols no Stamford Bridge, nesta quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa da Liga Inglesa. Melhor para o campeão continental, que conseguiu o empate nos acréscimos do segundo tempo para resolver a classificação na prorrogação: 5 a 4.
Como o placar sugere, o jogo foi intenso desde o início até o apito final do árbitro Lee Mason, dessa vez um coadjuvante em campo - no último domingo, quando ambos se enfrentaram pelo Campeonato Inglês, Mark Clattenburg deixou o gramado como um dos responsáveis pelo triunfo do United por 3 a 2. O efeito foi uma faixa levada pela própria torcida vermelha ao estádio agradecendo ao juiz pela "colaboração"
Discussões sobre arbitragem à parte, três brasileiros deixaram seus nomes no duelo desta quarta. O zagueiro David Luiz, de pênalti, e o volante Ramires, já no fim da prorrogação, marcaram para a equipe de Roberto Di Matteo, que contou ainda com os gols de Gary Cahill, Hazard e Sturridge. O time de Alex Ferguson teve Anderson, dono de três assistências, como sua figura mais brilhante - Chicharito, com dois gols, Giggs e Nani também apareceram no marcador.
Os outros confrontos do dia reservaram duas eliminações até certo ponto surpreendentes. Jogando fora de casa, o Tottenham deu adeus diante do Norwich com a derrota por 2 a 1 e direito a pênalti perdido por Dempsey, dos Spurs, nos acréscimos. Já o Liverpool fez ainda mais feio e caiu em pleno Anfield para o Swansea, por 3 a 1.
Nas quartas, os Blues irão visitar o Leeds United, atualmente na Segunda Divisão nacional. O Arsenal também jogará fora de casa, mas teve mais sorte no sorteio: pegará o Bradford, da Quarta Divisão. Swansea x Middlesborough e Norwich x Aston Villa são os outros confrontos.
Lá e cá
Assim como no último domingo, foi o Manchester United quem saiu em vantagem no Stamford Bridge. E também com uma colaboração do rival - a bola bateu em David Luiz no gol de Van Persie. Dessa vez a ajudinha veio de Romeu, que vacilou ao receber de Cech. Anderson o desarmou e a bola ficou limpa para Giggs só escolher o canto, aos 21 minutos.
O Chelsea, porém, tinha atitude e ia para cima mesmo sem titulares como Oscar, Hazard e Ramires, os três no banco de reservas, além de Lampard, machucado. Com Lucas Piazon e Victor Moses em velocidade, o time de Roberto Di Matteo conseguiu chegar ao empate. Aos 31, Moses pedalou para cima de Büttner e sofreu o pênalti. David Luiz cobrou com força para vencer Lindegaard.
O próprio defensor brasileiro, no entanto, seria capital para o segundo gol dos visitantes. Ele saiu jogando errado aos 41 minutos e acabou desarmado por Rafael. O lateral acionou Anderson, que deixou Chicharito livre na cara de Cech para deixar o seu - ele já havia marcado o polêmico gol da vitória no último domingo, em impedimento.
Titulares entram, e Chelsea reage
Di Matteo parecia dar importância à vaga nas quartas de final e colocou mais um titular em campo para a etapa final. Com a movimentação que lhe é peculiar, Ramires viu Gary Cahill empatar em um escanteio. Aos seis, após ligeira pressão, o zagueiro da seleção inglesa subiu alto para igualar novamente. Rafael ainda tentou salvar, mas a bola já havia ultrapassado a linha.
O United também tinha suas armas. Nani, então sumido no jogo, apareceu para deixar sua marca. O português, que já chegou a ser comparado a Cristiano Ronaldo no início de sua carreira, iniciou bela troca de passes com Anderson e apareceu na pequena área para encobrir Petr Cech.
Não seria um exagero dizer que o gol acomodou os visitantes. Foi o suficiente para o Chelsea crescer - ainda mais com as presenças de Oscar e Hazard. Aos 27, os Blues reclamaram da não marcação de um pênalti quando Mata cruzou e Keane cortou com o braço. Por ironia do destino, o árbitro Lee Mason acabou assinalando a penalidade sobre Ramires no último lance, quando torcedores já deixavam o Stamford Bridge. Hazard igualou e levou o jogo para a prorrogação.
Com um time mais encorpado - o United àquela altura era formado por muitas promessas e reservas -, o Chelsea foi superior o suficiente para dar as cartas. A virada veio aos sete minutos do primeiro tempo, com Sturridge, aproveitando falha incrível de Wootton. Coube ao brasileiro Ramires fechar o caixão aos 11 da etapa final depois de linda jogada de Hazard. Ou achar que o caixão estava fechado, pois Chicharito, de pênalti, ainda descontou nos acréscimos. Parou por aí.
Fonte: Globo Esporte
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