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Amorim diz que é 'infantil' pensar que relação com os EUA está estremecida

Ministro acompanha o presidente Lula em evento no Rio de Janeiro. Ele rebate críticas de que as relações entre os países estejam enfraquecidas.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta sexta-feira (28), no encerramento do 3º Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, no Museu de Arte Moderna do Rio, que as relações do Brasil com os Estados Unidos não estão estremecidas.
“Seria infantil pensar que as relações entre Brasil e Estados Unidos estão ameaçadas. Mas se ser subserviente é condição para entrar no Conselho de Segurança [das Nações Unidas], nós abrimos mão disso”, afirmou, em entrevista no fórum.

“Eles têm o poder de veto, mas não podem violentar a nossa consciência. Você não pode adotar uma política de que quem não está comigo está contra mim”, acrescentou.


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Seria infantil pensar que as relações entre Brasil e Estados Unidos estão ameaçadas. Mas se ser subserviente é condição para entrar no Conselho de Segurança [das Nações Unidas], nós abrimos mão disso"

- Ministro Celso Amorim

A declaração de Amorim foi uma resposta às críticas feitas pela secretária de estado americana, Hillary Clinton, sobre a aproximação do Brasil com o Irã. Nesta quinta-feira (27), ela disse que os Estados Unidos e o Brasil têm "discordâncias muito sérias" a respeito do programa nuclear iraniano, apesar de a relação entre os países ser muito boa em outros temas. "Sem dúvida temos discordâncias muito sérias com a diplomacia do Brasil em relação ao Irã." A secretária afirmou ainda que a ação do Brasil em intermediar um acordo com o Irã tornava o mundo menos seguro.

A fala de Hillary ocorreu quase ao mesmo tempo em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fazia um pronunciamento conjunto com o primeiro ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, em Brasília, em que criticaram a oposição dos países ricos contra o reconhecimento do acordo e a pressão pela aplicação de sanções ao Irã.

Lula disse que "isolamento e punição não levam ao entendimento" e que era preciso "flexibilidade" para se alcançar uma solução negociada com o Irã. "A Declaração de Teerã é uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. Queremos superar dogmas e temores", afirmou.

O primeiro-ministro turco chegou a dizer que “aqueles que criticam [o acordo] são invejosos” e defendeu o desarmamentos dos países que têm armas nucleares. "Se quisermos evitar a proliferação de armas nucleares temos que tomar vários passos.

Aqueles que não têm armas nucleares não devem desenvolvê-las, aqueles que têm, devem reduzir seus arsenais", afirmou. "Todos aqueles que falam negativamente são países que têm armas nucleares. Isso é muito contraditório. Queremos um mundo sem armas nucleares."

Lula, que participou do Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, teve encontros com o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, o primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Ele deixou o fórum sem falar com a imprensa.

Fonte: G1

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