O apagão que atingiu 18 Estados e deixou milhões de pessoas sem energia elétrica na noite de terça-feira teve origem em condições atmosféricas adversas que afetaram uma subestação energética no interior do Estado de São Paulo.
Raios, chuvas e ventos provocaram um curto-circuito em três linhas de transmissão, que recebem energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu e a transmitem às regiões Sul e Sudeste, passando pela subestação de Itaberá, informou o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira, em Brasília.
O distúrbio desencadeou uma queda de 40 por cento na oferta de energia do país durante cerca de 3 horas e meia.
"Foi um acidente", afirmou Lobão, acrescentando que apagões ocorrem em todos os países e que o de terça-feira não sinalizaria fragilidade do sistema brasileiro.
"Eu tenho condições de dizer ao povo brasileiro que esteja tranquilo, o sistema que temos no Brasil é bom", garantiu o ministro.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, explicou que houve "uma contingência tripla (...) e o sistema é projetado para aguentar contingência dupla. Não existe viabilidade técnica e econômica para proteção acima de contingência dupla, é inviável".
Zimmermann avaliou que o apagão desta semana foi menos intenso do que o ocorrido em 1999, quando o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) alegou que um raio caído em Bauru teria sido a causa da falta de energia. Na ocasião, 10 Estados ficaram sem luz por quase 40 minutos, alertando para a necessidade de um racionamento entre 2001 e 2002.
Questionado se estaria havendo falta de investimento no setor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que nos sete anos de seu governo investiu 22 bilhões de reais em linhas de transmissão, o equivalente a 30 por cento de tudo que foi feito em 123 anos no país.
No entanto, para o consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o país precisa de investimentos no setor elétrico para não ficar refém de acidentes.
Ele lembrou que com a retomada da economia e o aumento da temperatura, a sobrecarga pode ter causado algum problema técnico, mas que com uma gestão mais eficiente, o apagão poderia ter ficado restrito a uma região.
"As linhas de transmissão muito longas no Brasil são muito mal administradas (...) Isso mostra que o Brasil está muito vulnerável", disse.
A falha no abastecimento de energia já era apontada como desafio para a próxima administração e vista como trunfo para a campanha eleitoral do ano que vem. A oposição começava a articular uma forma de atingir a pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial.
Os partidos PSDB e DEM apresentaram requerimentos para convocar Dilma e os demais ministros da área ao longo dos últimos sete anos e pediram ao Executivo um histórico oficial dos investimentos público e privado no setor no período.
"Esse apagão é produto de não investimento (...) Estamos vendo uma bomba de efeito retardado decorrente da falta de investimento", afirmou o líder do DEM, senador José Agripino (RN).
"Era uma questão que o PT sempre jogava na culpa do nosso governo", disse o deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), secretário-geral do partido.
18 ESTADOS
Segundo relatório do Operador Nacional do Sistema (ONS), foram afetados na totalidade São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo e parcialmente Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre, Rondônia, Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
O apagão teve início às 22h13 (horário de Brasília) da terça-feira, segundo o ONS. O Paraguai, parceiro do Brasil em Itaipu, também sofreu os efeitos do blecaute, porém por um período bem mais reduzido.
Itaipu anunciou a volta à normalidade no início da manhã desta quarta-feira, quando 18 das 20 unidades geradoras da usina voltaram a produzir energia para Brasil e Paraguai, e 10.450 megawatts passaram a ser transmitidos para os dois países.
O problema também provocou o desligamento das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, no Rio de Janeiro, que voltaram a operar no início da noite desta quarta-feira, segundo informou a Eletronuclear em nota.
CAOS NAS METRÓPOLES
A falta de energia elétrica provocou problemas no trânsito e nos sistemas de transporte público de grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, e colocou em risco serviços hospitalares, que possuem capacidade limitada de operar com geradores.
No Rio, taxistas chegaram a aconselhar passageiros que chegavam à cidade pelo aeroporto do Galeão a permanecerem no local por temor de que a falta de luz incentivasse arrastões nas ruas.
Fonte: Reuters
Raios, chuvas e ventos provocaram um curto-circuito em três linhas de transmissão, que recebem energia produzida pela usina hidrelétrica de Itaipu e a transmitem às regiões Sul e Sudeste, passando pela subestação de Itaberá, informou o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira, em Brasília.
O distúrbio desencadeou uma queda de 40 por cento na oferta de energia do país durante cerca de 3 horas e meia.
"Foi um acidente", afirmou Lobão, acrescentando que apagões ocorrem em todos os países e que o de terça-feira não sinalizaria fragilidade do sistema brasileiro.
"Eu tenho condições de dizer ao povo brasileiro que esteja tranquilo, o sistema que temos no Brasil é bom", garantiu o ministro.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, explicou que houve "uma contingência tripla (...) e o sistema é projetado para aguentar contingência dupla. Não existe viabilidade técnica e econômica para proteção acima de contingência dupla, é inviável".
Zimmermann avaliou que o apagão desta semana foi menos intenso do que o ocorrido em 1999, quando o governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) alegou que um raio caído em Bauru teria sido a causa da falta de energia. Na ocasião, 10 Estados ficaram sem luz por quase 40 minutos, alertando para a necessidade de um racionamento entre 2001 e 2002.
Questionado se estaria havendo falta de investimento no setor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que nos sete anos de seu governo investiu 22 bilhões de reais em linhas de transmissão, o equivalente a 30 por cento de tudo que foi feito em 123 anos no país.
No entanto, para o consultor Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o país precisa de investimentos no setor elétrico para não ficar refém de acidentes.
Ele lembrou que com a retomada da economia e o aumento da temperatura, a sobrecarga pode ter causado algum problema técnico, mas que com uma gestão mais eficiente, o apagão poderia ter ficado restrito a uma região.
"As linhas de transmissão muito longas no Brasil são muito mal administradas (...) Isso mostra que o Brasil está muito vulnerável", disse.
A falha no abastecimento de energia já era apontada como desafio para a próxima administração e vista como trunfo para a campanha eleitoral do ano que vem. A oposição começava a articular uma forma de atingir a pré-candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à sucessão presidencial.
Os partidos PSDB e DEM apresentaram requerimentos para convocar Dilma e os demais ministros da área ao longo dos últimos sete anos e pediram ao Executivo um histórico oficial dos investimentos público e privado no setor no período.
"Esse apagão é produto de não investimento (...) Estamos vendo uma bomba de efeito retardado decorrente da falta de investimento", afirmou o líder do DEM, senador José Agripino (RN).
"Era uma questão que o PT sempre jogava na culpa do nosso governo", disse o deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), secretário-geral do partido.
18 ESTADOS
Segundo relatório do Operador Nacional do Sistema (ONS), foram afetados na totalidade São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Espírito Santo e parcialmente Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Acre, Rondônia, Bahia, Sergipe, Paraíba, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
O apagão teve início às 22h13 (horário de Brasília) da terça-feira, segundo o ONS. O Paraguai, parceiro do Brasil em Itaipu, também sofreu os efeitos do blecaute, porém por um período bem mais reduzido.
Itaipu anunciou a volta à normalidade no início da manhã desta quarta-feira, quando 18 das 20 unidades geradoras da usina voltaram a produzir energia para Brasil e Paraguai, e 10.450 megawatts passaram a ser transmitidos para os dois países.
O problema também provocou o desligamento das usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2, no Rio de Janeiro, que voltaram a operar no início da noite desta quarta-feira, segundo informou a Eletronuclear em nota.
CAOS NAS METRÓPOLES
A falta de energia elétrica provocou problemas no trânsito e nos sistemas de transporte público de grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, e colocou em risco serviços hospitalares, que possuem capacidade limitada de operar com geradores.
No Rio, taxistas chegaram a aconselhar passageiros que chegavam à cidade pelo aeroporto do Galeão a permanecerem no local por temor de que a falta de luz incentivasse arrastões nas ruas.
Fonte: Reuters
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