De cibercafé em favela, 'Fabio' diz que não rouba de quem não tem dinheiro.
Fábio se curva sobre um computador velho em um cibercafé escuro e sujo de uma favela de São Paulo - ele está aprendendo os conhecimentos básicos para cometer crime online.
Fábio - nome fictício - está tendo aulas online com hackers mais experientes e é surpreendentemente franco sobre a nova carreira.
"Eu compro pequenas coisas - celulares, câmeras. Dessa forma, as pessoas nem sabem que eu estou usando o cartão delas", afirma.
Fábio foi um dos personagens de uma série especial do Serviço Mundial da BBC sobre criminalidade no mundo chamada How Crime Took On The World (Como o Crime Tomou o Mundo, em tradução livre).
Estima-se que a indústria de crime cibernético - fraude com cartões de crédito e outras transações bancárias online - movimente US$ 100 bilhões ao ano em todo o mundo e é o setor do crime organizado que cresce mais rapidamente, cerca de 40% ao ano.
Acredita-se que o Brasil seja um dos países com o maior número de criminosos cibernéticos.
Prejuízo
Fábio trabalha sob a lógica de que apenas uma minoria dos donos de cartão de crédito checa seus dados bancários cuidadosamente e, mesmo quando checam, eles podem pensar duas vezes antes de denunciar um roubo pequeno à polícia porque sabem que os recursos para buscar tais criminosos são limitados.
Mesmo assim, os pequenos roubos realizados por Fábio são apenas a ponta de um grande iceberg que está dando dor de cabeça às autoridades ao redor do mundo.
"O custo de roubo de identidade e fraude de cartão de crédito online foi estimado em US$ 52,6 milhões em 2005", disse Peter Allor, chefe da X-Force, a unidade de inteligência da empresa IBM ISS.
Mas bancos e outras empresas são relutantes em liberar dados sobre os prejuízos que sofrem com o problema pelo medo de que isso possa afastar os clientes.
'Roubando de rico'
A entrada de Fábio no mundo do crime cibernético começou recentemente. Ele diz que nunca conseguiu um emprego que pagasse bem e que sobrevive com dificuldades - ele conta que é divorciado e viaja duas horas de ônibus para o centro de São Paulo para ajudar o filho.
Fábio faz parte de uma minoria de jovens brasileiros que usa computadores para cometer crimes. Mas há preocupações de que o número de envolvidos aumente à medida que milhares se tornam alfabetizados na linguagem da internet, já que o acesso à rede é fácil devido ao grande número de cibercafés e lan houses.
Ao ouvir a afirmação de que crime pela internet é errado, independentemente do quão pobre ele seja, Fábio se defende.
"Eu não estou tentando roubar ninguém que acorda cedo e pega o ônibus e tem que ir para casa e dar de comer aos filhos e não tem dinheiro", insiste.
E afirma que o seu objetivo é fazer amizade, online, com uma pessoa bem rica - "alguém que tenha uma limusine ou um helicóptero e não se importe com gente pobre." Fábio diz estar convencido de que conseguirá tirar muito dinheiro de sua vítima.
Mas, por enquanto, Fábio é "peixe pequeno".
Fábio se curva sobre um computador velho em um cibercafé escuro e sujo de uma favela de São Paulo - ele está aprendendo os conhecimentos básicos para cometer crime online.
Fábio - nome fictício - está tendo aulas online com hackers mais experientes e é surpreendentemente franco sobre a nova carreira.
"Eu compro pequenas coisas - celulares, câmeras. Dessa forma, as pessoas nem sabem que eu estou usando o cartão delas", afirma.
Fábio foi um dos personagens de uma série especial do Serviço Mundial da BBC sobre criminalidade no mundo chamada How Crime Took On The World (Como o Crime Tomou o Mundo, em tradução livre).
Estima-se que a indústria de crime cibernético - fraude com cartões de crédito e outras transações bancárias online - movimente US$ 100 bilhões ao ano em todo o mundo e é o setor do crime organizado que cresce mais rapidamente, cerca de 40% ao ano.
Acredita-se que o Brasil seja um dos países com o maior número de criminosos cibernéticos.
Prejuízo
Fábio trabalha sob a lógica de que apenas uma minoria dos donos de cartão de crédito checa seus dados bancários cuidadosamente e, mesmo quando checam, eles podem pensar duas vezes antes de denunciar um roubo pequeno à polícia porque sabem que os recursos para buscar tais criminosos são limitados.
Mesmo assim, os pequenos roubos realizados por Fábio são apenas a ponta de um grande iceberg que está dando dor de cabeça às autoridades ao redor do mundo.
"O custo de roubo de identidade e fraude de cartão de crédito online foi estimado em US$ 52,6 milhões em 2005", disse Peter Allor, chefe da X-Force, a unidade de inteligência da empresa IBM ISS.
Mas bancos e outras empresas são relutantes em liberar dados sobre os prejuízos que sofrem com o problema pelo medo de que isso possa afastar os clientes.
'Roubando de rico'
A entrada de Fábio no mundo do crime cibernético começou recentemente. Ele diz que nunca conseguiu um emprego que pagasse bem e que sobrevive com dificuldades - ele conta que é divorciado e viaja duas horas de ônibus para o centro de São Paulo para ajudar o filho.
Fábio faz parte de uma minoria de jovens brasileiros que usa computadores para cometer crimes. Mas há preocupações de que o número de envolvidos aumente à medida que milhares se tornam alfabetizados na linguagem da internet, já que o acesso à rede é fácil devido ao grande número de cibercafés e lan houses.
Ao ouvir a afirmação de que crime pela internet é errado, independentemente do quão pobre ele seja, Fábio se defende.
"Eu não estou tentando roubar ninguém que acorda cedo e pega o ônibus e tem que ir para casa e dar de comer aos filhos e não tem dinheiro", insiste.
E afirma que o seu objetivo é fazer amizade, online, com uma pessoa bem rica - "alguém que tenha uma limusine ou um helicóptero e não se importe com gente pobre." Fábio diz estar convencido de que conseguirá tirar muito dinheiro de sua vítima.
Mas, por enquanto, Fábio é "peixe pequeno".
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