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Amor

Verga-se minh'alma amante
Perante tua vontade de amor

Não é santa, é meliante
Da vida, insana, sofrida
Amarga, só, dolorida
Embriagada de dor

Flor da vivência ébria
Fruto da humana sarjeta
Madura, infante, ninfeta...

Marcada, inocente, sóbria
Pura, rude, experiente
Lúcida, suave e demente...

Que tem para oferecer-te
Esta dúbia criatura?...
Do pintor, esboço simples
Do escultor, apenas barro
Do músico, ainda partitura
Qual vinho ainda no jarro

Talvez nada de mal
Talvez nenhuma emoção
Talvez apenas luxúria
Quem sabe alguma paixão!

Algo profundo e belo
Extraia destas entranhas
Algo que temes e queres
Que desconheces e sonhas

Acalma esta alma frágil
Este desejo latente
Quem sabe poderá ofertar-te
Um grande amor, simplesmente!

José Antonio Gama de Souza®

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