Duas propostas diametralmente opostas representam o cinema brasileiro na competição oficial do Festival de Biarritz. "Estômago", de Marcos Jorge, longa original, insolente e politicamente incorreto, e "Os Desafinados", de Walter Lima Jr.
Primeiro longa-metragem de Marcos Jorge, artista conhecido por suas instalações de vídeo e diretor de vários curtas e um documentário, "Estômago" narra a história de Raimundo Nonato (João Miguel), imigrante nordestino que chega a uma grande cidade sem dinheiro e sem profissão, mas que possui um certo instinto de cozinheiro.
Divulgação
Longa-metragem "Estômago", do diretor brasileiro Marcos Jorge, surpreendeu no festival de cinema da cidade francesa de Biarritz
Raimundo Nonato encontra emprego em um bar no qual não recebe salário, apenas alimentação e um lugar para dormir.
Mais tarde, seu dom para cozinha o leva a ser contratado por um bom restaurante, no qual se inicia nos segredos da gastronomia italiana e dos bons vinhos.
O diretor, porém, com uma montagem de idas e vindas no tempo, também mostra Raimundo na prisão, conseguindo um espaço graças a seus dons na cozinha no duro mundo carcerário.
Seus conhecimentos culinários avançam assim ao mesmo ritmo de sua compreensão dos mecanismos que comandam a sociedade.
O segundo filme brasileiro em competição, "Os Desafinados" de Walter Lima Jr., o veterano diretor de "A Ostra e o Vento", é uma crônica do Brasil dos anos 60 e 70, com a história dos músicos de um grupo de bossa nova.
Inspirado em personagens reais, interpretado por um elenco de atores e músicos encabeçado por Rodrigo Santoro e Cláudia Abreu, o longa foi rodado no Rio de Janeiro, em Nova York e Buenos Aires.
Walter Lima Jr. evoca a efervescência criativa da época e o pano de fundo político que marcou o período. Para isso mistura todos os ingredientes de um cinema formatado para atrair o público. Há música, um pouco de romantismo, algo de sexo e uma pitada de denúncia da repressão, mas a narrativa é linear, monótona e sem surpresas.
"Estômago" e "Os Desafinados" concorrem com outros oito filmes pelo grande prêmio do Festival de Biarritz de Cinemas e Culturas da América Latina, que será concedido no próximo sábado (4) por um júri presidido pela atriz francesa Elsa Zylberstein.
Primeiro longa-metragem de Marcos Jorge, artista conhecido por suas instalações de vídeo e diretor de vários curtas e um documentário, "Estômago" narra a história de Raimundo Nonato (João Miguel), imigrante nordestino que chega a uma grande cidade sem dinheiro e sem profissão, mas que possui um certo instinto de cozinheiro.
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Longa-metragem "Estômago", do diretor brasileiro Marcos Jorge, surpreendeu no festival de cinema da cidade francesa de Biarritz
Raimundo Nonato encontra emprego em um bar no qual não recebe salário, apenas alimentação e um lugar para dormir.
Mais tarde, seu dom para cozinha o leva a ser contratado por um bom restaurante, no qual se inicia nos segredos da gastronomia italiana e dos bons vinhos.
O diretor, porém, com uma montagem de idas e vindas no tempo, também mostra Raimundo na prisão, conseguindo um espaço graças a seus dons na cozinha no duro mundo carcerário.
Seus conhecimentos culinários avançam assim ao mesmo ritmo de sua compreensão dos mecanismos que comandam a sociedade.
O segundo filme brasileiro em competição, "Os Desafinados" de Walter Lima Jr., o veterano diretor de "A Ostra e o Vento", é uma crônica do Brasil dos anos 60 e 70, com a história dos músicos de um grupo de bossa nova.
Inspirado em personagens reais, interpretado por um elenco de atores e músicos encabeçado por Rodrigo Santoro e Cláudia Abreu, o longa foi rodado no Rio de Janeiro, em Nova York e Buenos Aires.
Walter Lima Jr. evoca a efervescência criativa da época e o pano de fundo político que marcou o período. Para isso mistura todos os ingredientes de um cinema formatado para atrair o público. Há música, um pouco de romantismo, algo de sexo e uma pitada de denúncia da repressão, mas a narrativa é linear, monótona e sem surpresas.
"Estômago" e "Os Desafinados" concorrem com outros oito filmes pelo grande prêmio do Festival de Biarritz de Cinemas e Culturas da América Latina, que será concedido no próximo sábado (4) por um júri presidido pela atriz francesa Elsa Zylberstein.
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