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Cúpula no Egito defende paz duradoura em Gaza

Os 12 líderes da comunidade internacional que se reuniram neste domingo no Egito afirmaram que é preciso consolidar os primeiras sinais de paz na Faixa de Gaza, e se comprometer na busca de uma solução definitiva para o problema palestino.

"Consigo enxergar um caminho claro em direção à paz, e os líderes da região também podem vê-lo", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, um dos participantes da cúpula que reuniu hoje líderes do Oriente Médio e da Europa.

A conferência foi convocada pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, a fim de reforçar os esforços internacionais para alcançar a paz na faixa palestina, e começar a programar ações em favor da reconstrução desse território.

A cúpula, que durou cerca de duas horas, foi realizada um dia depois de Israel anunciar uma trégua unilateral em Gaza. Já o movimento palestino Hamas declarou hoje um cessar-fogo de uma semana para dar tempo às tropas israelenses de se retirar do território.

"Estamos convencidos de que a paz não é impossível e que temos a obrigação moral de consegui-la", afirmou o chefe do Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero.

Além de Brown, Zapatero e o anfitrião, participaram da cúpula os chefes de Estado e do Governo de França, Alemanha, Turquia, Jordânia, Itália e República Checa.

Também participaram o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e seu colega da Liga Árabe, Amre Moussa, assim como o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

"É preciso continuar nossos esforços para consolidar o cessar-fogo e garantir a retirada das tropas israelenses", afirmou o presidente egípcio, anfitrião da cúpula.

Desde que Israel começou a atacar Gaza, em 27 de dezembro, o Egito trabalhou para conseguir um cessar-fogo, embora a proposta de paz apresentada em 6 de janeiro não tenha sido aceita pelas duas partes.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, lembrou que sua visita de hoje foi a segunda ao Oriente Médio desde que Israel lançou seus ataques contra Gaza, e comparou as duas situações que encontrou.

Sarkozy afirmou que em sua viagem anterior, só era possível ouvir "a linguagem das armas", e agora se fala de trégua. "Este é o começo da nossa viagem. Devemos continuar e acelerar nossos esforços", insistiu o presidente francês.

Mubarak anunciou que o Egito será sede de outra cúpula internacional, ainda sem data, para coordenar a reconstrução da Faixa de Gaza, e na qual também se espera continuar avançando em direção a uma solução definitiva para a região.

"Uma paz compreensiva e um Estado palestino independente levariam estabilidade à região", disse Mubarak. "Estamos todos buscando uma paz que alcançável, uma paz duradoura", afirmou Sarkozy.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o cessar-fogo em Gaza deve ser "permanente", e ofereceu a ajuda de seu país para evitar o contrabando de armas ao Hamas.

Os líderes reunidos não anunciaram grandes decisões sobre Gaza, além de respaldar os esforços de paz. Os dirigentes europeus, após concluir sua reunião em Sharm el-Sheikh, foram a Israel para continuar suas negociações.

"O cessar-fogo tem de se consolidar, com o apoio total da comunidade internacional", afirmou o secretário-geral da ONU. Ban disse que o Hamas deve pôr fim ao lançamento foguetes contra Israel, e o Estado judeu precisa mostrar uma "moderação extrema para que a trégua seja sustentável".

O secretário-geral da ONU se referiu também à necessidade de que os palestinos superem suas atuais divisões. "Não podemos continuar assim", acrescentou Ban, enquanto, a seu lado, Abbas fazia gestos concordando com a opinião do "número um" da ONU.

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