Última Atualização: 23/10/2007
Por Tio Cloud
Muita gente deve estar horrorizada ao ver uma matéria sobre os ThunderCats aqui no JBox. No entanto, muitos, aposto, adoraram a idéia, mas a pergunta que não sai da cabeça é “ThunderCats é um anime?”. A resposta é: não. “Pô Cloud preguiçoso, se não é anime porquê a matéria?”. Poderia dizer que é porquê eu quero, mas.. Ann…. Não tem desculpa… É porquê eu quero mesmo e pronto! =P
Mesmo não sendo uma produção 100% japonesa, o desenho consegue se dar melhor que muitas produções forçadas (como 3 Espiãs Demais e Martin Mistery) no quesito “quase anime”. Esse feito foi alcançado graças à produção, feita pelo estúdio japonês Pacific Animation, sob encomenda das empresas Rankin Bass, Telepictures Corporation e a fabricante de brinquedos Lorimar. Das três, a mais famosa é a Ranking, que se especializou em “animações” em stop motion, e é a produtora de Rudolph, A Rena do Nariz Vermelho, longa natalino mundialmente famoso (e chato =P). A empresa bancou sozinha a produção dos 65 primeiros episódios. A Telepictures só entrou na jangada quando o projeto já estava adiantado (e cagou tudo, como veremos mais adiante XD).
Os felinos de Thundera foram criação do inglês Ted Wolf em 1983. Foram gastos 2 anos na produção, e só em 23 de janeiro de 1985 a série começou a ir ao ar. Por não ter nenhum grande canal de tv por trás, o desenho começou a ser exibido nos canais locais dos EUA, e em pouco tempo se tornou líder de audiência, desbancando o chatíssimo Rimêim, que a anos aterrorizava as manhãs da gringaiada. Só que os pais da molecada não gostaram muito do visual dos personagens, achando-os um tanto quanto “assustadores e violentos”. E pra piorar: no final do episódio, Lion não aparecia dizendo a clássica frase “na história de hoje, aprendemos a…” imortalizada pela loira burra de Etérnia (não tô falando da Xírra, tá? Eu amo essa mulé! =P). Para contornar a situação desconfortável, a Rankin Bass começou a bancar uma série de anúncios em revistas de tv e jornais, dizendo que os ThunderCats enfatizavam a amizade, o trabalho em equipe e toda aquele blá, blá, blá desnecessário =P.
Ahhhhh… Não podemos nos esquecer da musikita de abertura e da clássica música de fundo, ambas a cargo de um tal Bernard Hoffer, sem dúvida, uma das mais empolgantes de toda história televisiva. Aliás, a abertura de ThunderCats é uma coisa sublime. Até hoje, passados mais de 20 anos desde a estréia, ela ainda empolga da mesma forma, estando mais atualizada que nunca. Veja ao lado e comprove. O que é bem feito é pra sempre, né? =P
Não que tudo seja uma maravilha. A maioria dos roteiros são bem bobos, as resoluções das situações ás vezes beiram ao ridículo, e Rita Repulsa pode ter tomado várias lições de “planos infalíveis” com Mum-Ha e os Mutantes (ann… A Rita Lee não faz parte, ok? =P). Acontece que o desenho tem um clima tão bacana e os personagens são tão carismáticos que tudo vira plano de fundo pra vermos Lion usar a Espada Justiceira.
Dos ThunderCats aos inimigos, todos os personagens são bem trabalhados e suas personalidades não entram em conflito. E você pode espernear, fazer protesto, por a língua num formigueiro e tudo mais, mas não dá pra discordar que o feioso Mum-Ha é ‘O VILÃO’. O cara mora numa pirâmide, mais precisamente num sarcófago (que show! Que “estilozo”! @_@), e tem uma das vozes mais horripilantes da nossa infância, cortesia de Silvio Navas, que deu ao personagem um ar maligno, ao mesmo tempo que misterioso. Era só o bagaçado vilão (literalmente XD) abrir a boca pra causar um friozinho na espinha (eu era criança, seus bestas… ¬¬).E pra completar, sempre que o desenho tá paradão, o mumificado diz sua impagável frase (não vou recitar aqui porquê todo mundo sabe -e adora repetir @_@”), se transformando em uma criatura poderosa e ainda aterrorizante, cujo único ponto fraco é o seu reflexo. Sim! O cara sabe que é feio pra karalho e quando se vê pica a mula! Vilão de verdade é assim mesmo: põe medo até no próprio… Rss.
O legal de ThunderCats é que ao contrário da maioria dos desenhos americanos da época, a série tem um começo um meio e (quase) um fim. Tudo bem que da metade pra frente os roteiristas tiram folga e deixam a faxineira no controle do barco, mas até lá o desenho já te conquistou. A história tem vários arcos interessantes e se tivesse sido conduzida de forma racional (e não visando apenas aumentar os bonequinhos e quinquilharias) se tornaria mais clássica do que já é.
Acontece, que, da metade da série pra frente, os produtores resolveram dar um “novo fôlego” pra coisa. Entram novos (e chatos) personagens, como outros ThunderCats, novos vilões (os feiosos Lunataks, que vivem na Lua do Terceito Mundo) e a maior blasfêmia de todas: Mum-Ha ganha um cãozinho do capeta (chamado Ma-Mooth) que não serve pra nada além de ser tão irritante quanto o Snarf (que na verdade se chama Osbert e ganha um sobrinho igualmente pentelho e insuportável chamado Snarfinho na tal temporada). Como se vê, a tal faxieira roteirista (XD) só tinha cursado o Mobral (lembram? kkk!) e o treco ficou tão ruim que a audiência respondeu à altura, decretando o fim da série (e do emprego da coitada? XD).
Na nave, também estava um artefato conhecido como “Olho de Thundera”, antes pertencente à Claudius, pai de Lion, criado por um dos mestres do extinto planeta e incrustada na Espada Justiceira.
Ao chegar no novo planeta, Jaga bate as botas por velhice (dirigiu a nave por anos a fio XD), e os ThunderCats despertam. Para surpresa de todos, o pequeno Lion cresceu devido à uma rachadura na cápsula em que estava. Empunhando a Espada Justiceira (Espada das Profecias nos EUA), o jovem se torna o líder da trupe e descobre os poderes que ela possui: a visão além do alcance, a capacidade de projetar o símbolo dos felinos (que faz eles sairem de qualquer forma, seja onde estiverem, para irem de encontro ao seu líder) e de disparar raios. Isso que é espada! A do Rimêim fazia o que? Transformava o príncipe baitola em um baitola maior ainda e semi nu! Hihihi…
Quando Mum-Ha ataca a vila dos Berbills (ursinhos robôs ridículos e irritantemente dublados com voz de catarro nos brônquios @_@) e os heróis os salvam, eles descobrem que o Terceiro Mundo é rico de um mineral chamado Thundrillium. Como agradecimento, os ursinhos enlatados (uma cruza de Ewoks com e Ursinhos Carinhosos - ARGH!) os ajudam a construir a super fortaleza dos heróis: A Toca dos Gatos. Com o Thundrillium, os felinos também constroem um blindado de combate (o Thundertank), equipamentos, e toda uma parafernália altamente “brinquedonistícável”.
Com altos e baixos (mais baixos que altos, é verdade), a série nos mostra as batalhas entre os ThundeCats, Mum-Ha e os Mutantes - que bolam planos do nível do Lord Zed & Rita Repulsa dos Power Rangers. A primeira parte da série foca o treinamento de Lion, onde ele deveria amadurecer e derrotar todos os seus companheiros para provar ser digno do título de Senhor dos ThunderCats.
No segundo ano, enfiam novos sobreviventes de Thundera na série e um time de vilões bestas (os Lunataks). Aí você se pergunta: porque diabos eles nunca deram uma mãozinha pros seus conterrâneos antes? Vai ver é pela mesma razão que os Changeman nunca explodiram o Gyodai com a Power Bazuca…
Na época, o hit do momento era He-Man (que todo mundo sabe ser gay… Loiro bronzeado, malhado, usa cueca de pelúcia e guarda uma espada atrás… =P), e o desenho caiu como uma bomba na hegemonia do reinado do senhor testosterona. Em pouco tempo, a garotada não queria saber de brincar com a espadinha sem graça de Eternia e acabou trocando-a pela embasbacante Espada Justicieira (que na versão Glasllite era mal feita pra kct).
Por falar na Glasllite, a empresa lançou praticamente todos os brinquedos decentes do desenho, entre eles um montão de bonequinhos (ou figuras de ação, se você é um nerd moderno metido), o Thundertank, a espadinha (vagaba), e um montão de outros cacarecos, dando uma chacoalhada na Mattel e no reinado do seu Conan cover (que tinha uns bonecos tão feios e cabeçudos… Não sei como aquilo vendia). O desenho gerou tudo que é quinquilharia possivel, e foi responsável por uma das maiores febres consumistas dos anos 80 relativa à desenhos animados. Inclusive, chegou a ganhar um game hyper-ultra-mega-feio-mal-feito-sai-capeta para os computadores que rodavam 8bits (um estrago, pra época!).
Apesar do sucesso, o desenho passou de forma incompleta na época. Dos 130 episódios prduzidos, apenas 104 foram dublado e exibidos por aqui até então. Minha teroria é que foi culpa do Trem da Alegria. Porquê? Assim como fizeram com He-Man (e posteriormente com as Tartarugas Ninja), o grupinho xexelento gravou uma musiquinha medíocre com os personagens. Não há urucubaca maior que essa XD. É fim de carreira mesmo. Pensando bem… Alguém lembra da tenebrosa música da She-Ra “cantada” pela Xuxa? “Ô Xírráááááá… Me apresenta o Rimêim…”. Tadinha… A Adora era tão legal (e gostosa…). An.. Voltemos ao assunto. XD
No início dos anos 90, os ThundeCats sumiram da tv brasileira, reaparecendo novamente em meados de 1995 dentro da Tv Colosso (”Tirem-me que Daquiiiiiii”) e posteriormente na grade do Warner Channel e Cartoon Network. Depois desse período, mais um hiato se formou, até que em 2001, graças ao contrato com a Warner e o SBT, os felinos voltaram à tv aberta, via canal do homem do bambu… Opa.. do Baú!. Pra surpresa de muitos, os 26 episódios restantes e até então inéditos, foram dublados, mas infelizmente com algumas vozes trocadas, devido a ausência (e falecimento) de alguns dubladores.
Em meados de 2003, a Panini brasileira, aproveitando-se da onda oitentista (o retorno de tudo trash que a década representou, menos as ombreiras de espuma e os mullets - inclusive com direito à shows com Sérgio Mallandro e Simony juntos… Virgi Maria!!), começou a lançar quinzenalmente um novo título dos heróis.
Produzido pela WildStorm americana (estúdio que antes fazia parte da Image e foi absorvido pela DC), a quadrinização novamente choca. Se antes a Star “marvelizou” todo mundo, dessa vez a WS “imagenizou” a cambada. Nenhum personagem lembrava os da versão animada, e na desculpa de atualizá-los, tacou-se uma dose cavalar de músculos e “selvageria” (a lá Wolverine fase doidão) nos personagens, fazendo com que ficasse algo do tipo “X-Men doidinhos da silva agora parecem bichos do mato que vão morder seu pescoço”.
Se os quadrinhos oitentistas já tinham histórias de doer o sovaco de tão ruins, aqui a coisa não é diferente: em uma edição, Lion chega a se encontrar com o Superômi (@_@”). My god… Se fosse o Rimêim eu até entenderia, pois ambas as comadres musculosas teriam muito o que tricotar, mas o Lion não merecia passar por esse vexame. Apesar de tudo, a revista durou quase 30 edições (tem louco pra tudo, né?). Ah, e nem comentei o encontro com o G-Force… @_@”
Por volta de 1998, o boato de um suposto filme em longa metragem live action correu mundo afora. Devido à popoularização de programas de montagem como o Photoshop, várias supostas imagens dos personagens foram criadas, usando atores famosos. E não é que a coisa ficou boa =P? O máximo de um live action que o desenho chegou foi um vídeo capenga que corre o You Tube com efeitos especiais que mais parecem os da Miss Banana (lembram? Roxana Banana, a macaca que ganhou poderes telepáticos de um OVNI desgovernado @_@”).
Recentemente foi anunciado a produção de um longa metragem em 3D, mas nada ainda sobre o roteiro foi revelado.
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