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Resenhas III

O Diabo Veste Prada


O Diabo Veste Prada

Lauren Weisberger


Sinopse:


Andrea Sachs sai da faculdade e consegue um emprego cobiçado pela maioria das garotas: será assistente da poderosa editora Miranda Priestly, da revista Runaway. Mas a mulher é um verdadeiro demônio. Além de fazer toda a sociedade nova-iorquina temê-la por seu poder e erguer ou destruir uma carreira, transformar a vida de seus subordinados em um verdadeiro inferno, exigindo as tarefas mais absurdas 24 horas por dia.

Trecho do Livro:


- Ahn-dre-ah! Ahn-dre-ah! Pode me ouvir, Ahn-dre-ah? - trinou ela no momento em que eu abria o meu Motorola, uma proeza nada desprezível já que meus pés (descalços) e mãos estavam pelejando com várias obrigações. Apoiei o telefone entre a orelha e o ombro, e joguei o cigarro pela janela, não atingindo um mensageiro de bicicleta por um triz. Ele gritou uns 'vai se foder' nada originais, antes de seguir em ziguezague.
- Sim, Miranda. Oi, posso escutá-la perfeitamente. - Ahn-dre-ah, onde está o meu carro? Já o deixou na garagem? Graças a Deus o sinal à minha frente ficou vermelho, e parecia que seria dos demorados. O carro deu um solavanco e parou sem bater em nada nem ninguém, e eu suspirei aliviada.
- Estou no carro neste exato instante, Miranda, e devo chegar à garagem em alguns minutos. - Imaginei que ela estava preocupada com que tudo estivesse correndo bem, de modo que a tranqüilizei dizendo que não havia problemas e que nós dois deveríamos chegar logo e em perfeito estado.
- Não importa - disse ela bruscamente, interrompendo-me no meio da frase. - Preciso que você pegue Madelaine e a deixe no apartamento antes de voltar ao escritório. - Clique. O telefone ficou mudo. Olhei para ele durante alguns instantes antes de me dar conta de que ela tinha desligado porque já havia fornecido todos os detalhes que eu poderia esperar receber. Madelaine. Quem raios era Madelaine? Onde ela estava nesse momento? Sabia que eu iria pegá-la? Por que ela estava voltando ao apartamento de Miranda? E por que, pelo amor de Deus - considerando-se que Miranda tinha motorista, governanta e babá em horário integral -, tinha de ser eu a fazer isso?
Lembrando-me de que, em Nova York, era ilegal falar em celular enquanto se dirigia, e pensando que a última coisa de que eu precisava nesse momento era ser parada pela polícia, estacionei na faixa de ônibus e liguei o sinal do pisca-alerta. Inspirar, expirar, treinei, lembran- do até mesmo de puxar o freio de mão antes de tirar o pé do freio. Havia anos eu não dirigia um carro de câmbio manual - há cinco anos, na verdade, desde que um namorado ofereceu seu carro para algumas aulas em que fui, decididamente, reprovada -, mas parece que Miranda não levou isso em consideração quando me chamou à sua sala uma hora e meia antes.
- Ahn-dre-ah, é preciso pegar meu carro e levá-lo à garagem. Trate disso imediatamente, já que precisaremos dele para ir a Hamptons hoje à noite. Isso é tudo. - Fiquei ali, presa no tapete em frente à sua mesa imponente, mas ela já havia eliminado completamente a minha presença. Ou foi o que achei. - Isso é tudo, Ahn-dre-ah. Providencie agora mesmo - acrescentou ela, ainda sem erguer os olhos.
Ah, claro, Miranda, pensei enquanto me afastava, tentando imaginar o primeiro passo na tarefa que, certamente, apresentaria um milhão de ciladas pelo caminho. O primeiro era descobrir onde o carro estava. O mais provável é que estivesse sendo consertado na concessionária, mas poderia, é claro, estar em uma de um milhão de oficinas em qualquer um dos cinco distritos de Nova York. Ou, quem sabe, ela o tinha emprestado a uma amiga e, agora, ocupava uma vaga cara em uma garagem de serviços completos na Park Avenue? É claro, havia sempre a chance de ela estar se referindo a um carro novo - marca desconhecida - que tinha comprado recentemente e que ainda não tinha sido entregue em casa pela concessionária (desconhecida). Eu tinha muito trabalho a fazer.

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