Pular para o conteúdo principal

Resenhas II

Os Criminosos Vieram Para o Chá




Os Criminosos Vieram Para o Chá
Stella Carr


Sinopse:

Um roubo espetacular. Nenhum vidro quebrado, trancas e cadeados inviolados, silêncio absoluto na madrugada. Nada era problema para Antony, Paul e Denis, companheiros de cela e de profissão. Nem mesmo a possibilidade de serem lesados pelo quarto homem, o mentor do roubo: bastou trocar, na cara dele, o estojo das pedras preciosas. Não contavam, porém, com pequenas adversidades: uma velinha desmemoriada, um portão de ferro, um modo pouco convencional de exterminar ratos...
Diante disso, por que temer a Scotland Yard?

Trecho do Livro:

A neblina cobria toda a pequena cidade, envolvia os prédios centenários, as ruas estreitas de calçamento antigo, de pedras gastas, criando um halo fumegante em volta das luminárias, em formas de lampiões.
Quem andasse por aquelas quadras desertas, àquela hora da noite, não saberia dizer em que século estava, até que desembocasse em uma das avenidas mais movimentadas, onde um ou outro carro retardatário passasse sem pressa. Ou se cruzasse com um policial desarmado e uniformizado, como até hoje se vestem os policiais da Rainha. Então, pelas placas das ruas e pelos anúncios dos prédios, saberia que se encontrava na Inglaterra.
Aquele era um cenário sem data, como só é possível encontrar em algumas cidadezinhas paradas no tempo, num país onde as pessoas ainda freqüentam bibliotecas, param as atividades para o chá das cinco e falam sobre o tempo e as fofocas locais, como o resto do mundo sobre os programas de tevê.
Por isso, tanto faz se essa história se passe hoje como há muitos anos, porque as nossas pessoas inda se cruzam nas ruas e se cumprimentam com a mesma gentileza e educação dos filmes antigos em preto e branco, porque nenhuma construção tem menos de cem anos, e porque o crime ainda existe como nos tempos de Sherlock Holmes ou Jack, o Estripador.
Protegidos pela neblina baixa e opaca, três homens mascarados agiam rápida e decididamente num beco sem saída. Vestindo roupas pretas de malha, mãos aveludadas, eles pareciam sombras e se moviam silenciosamente, como ratos. Um deles sussurrou com voz abafada:
- Só temos quinze minutos, Antony.
- Certo, chefe – respondeu o mais alto e esguio do grupo.
Então agarrando-se nos tijolos salientes e acinzentados de um velho prédio, a elástica e negra figura subiu facilmente pela parede. Assim que alcançou o telhado, soltou uma corda que carregava enrolada num cinto, com vários apetrechos enfiados nele.
O homem amarrou uma ponta da corda num gancho de ferro, na base da caixa-d’água, puxou com força testando a resistência dela e em seguida jogou a outra ponta para um companheiro que já esperava embaixo, encostado no muro.
- Agora suba, Denis. Nós só temos doze minutos antes do guarda-noturno passe por aqui em sua ronda – avisou o líder do grupo.

Comentários