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Nome

"Que há num nome? Aquilo que chamamos rosa com qualquer outro nome seria igualmente doce" (William Shakespeare, Romeu e Julieta)


O nome (do latim nōmen, cuja raiz é comum a várias outras línguas indo-européias, como o grego; [ὄνομα]) é - num sentido amplo na gramática e na lingüística - qualquer palavra que siga a flexão nominal, ou seja, a declinação em contraposição à flexão verbal (ou conjugação). Portanto, não só substantivos, mas também adjetivos e, por vezes, as formas nominais dos verbos, podem ser considerados nomes.

No sentido restrito e no uso comum, o nome é um vocábulo ou locução que tem a função de designar uma pessoa, um animal, uma coisa ou um grupo de pessoas, animais e coisas.

Acredita-se que antes mesmo da invenção da escrita, os seres humanos já se faziam valer de imagens e sons para denominar coisas e seres, prática que remonta aos primórdios da história da humanidade. A evolução da linguagem permitiu que fossem criados nomes para designar conceitos abstratos tais como "tempo", "amor", "feudalismo" e "Deus", por exemplo.

A questão do nome como designador de um conceito universal tal qual "cavalo" para certas pessoas não é tão simples como parece. Em filosofia, a questão dos universais está na origem da querela entre nominalistas e realistas, tendo também os relistas moderados(a corrente do Realismo Moderado foi defendida por São Tomás de Aquino, chamado de Doutor Angélico e é defendido pela Igreja Católica Apostólica Romana) que teve muita importância na Idade Média, embora seja pouco conhecida e divulgada devido ao preconceito para com a Idade Média.[[#ref_{{{1}}}|^]] Fedeli, O. em "Nos Labirintos de Eco", Editora VeritasPredefinição:/nota

De acordo com a semiótica, um nome é um signo em que o significante é a imagem acústica da palavra falada ou a representação gráfica da palavra escrita, e o significado é conceito do objeto ao qual esta palavra remete. Este signo pode atuar como símbolo (quando se refere a uma universalidade; ex.: "rei" --- todo e qualquer rei), como índice (quando se refere a um elemento ou indivíduo; ex.: "Luís XV" --- e não qualquer rei) e também como ícone (quando se refere a uma idéia geral; ex.: "coroa" --- ícone que indica o símbolo "rei"). Obviamente, a função semântica e sintática de um nome pode variar de acordo com o contexto.

Gramática

Em gramática, a classe mais comumente usada para se referir a nomes é o substantivo, podendo haver casos em que, para se fazer uma denominação, substantiva-se um adjetivo (ex.: "a bela"), um verbo (ex.: "o jantar") etc. Os nomes são divididos em duas grandes classes:

  • a dos nomes próprios, que se referem especificamente a uma pessoa, animal ou coisa.
  • a dos nomes comuns, que se referem a classes inteiras de pessoas, animais ou coisas. São chamados de substantivos comuns.

Os nomes próprios de pessoa e de lugar recebem o nome, respectivamente, de antropônimos e topônimos e são o objeto de estudo da Onomástica.

Das diversas espécies de nomes

Como visto, os nomes são aplicáveis aos seres humanos, aos demais seres vivos, às instituições, às coisas e aos conceitos abstratos. Vejam-se adiante algumas especificidades.

Pessoas

Quando se trata de uma pessoa física (pessoa natural), o nome, ora tido como objeto de estudo da onomástica, pode ser um prenome ou um sobrenome. Normalmente usa-se o prenome em ocasiões mais informais e o sobrenome em ocasiões mais formais. Em algumas situações, como o preenchimento de documentos, usa-se o nome completo, que é formado pelo prenome e pelo sobrenome. Enquanto o prenome indica o indivíduo propriamente dito, o sobrenome indica a família à qual ele pertence, sendo de especial interesse para a genealogia. A composição e o uso do nome das pessoas varia de acordo com a cultura e o idioma. No Brasil, por exemplo, é muito comum usar o prenome mesmo em ocasiões formais. Em várias culturas orientais, o primeiro nome é o sobrenome, sendo o segundo o nome do indivíduo.[1]

Demais seres vivos

Além dos seres humanos, também recebem nomes os demais seres vivos. Enquanto o grupo social lhes confere um nome popular, a taxonomia trata de forjar um nome científico para cada espécie, tendo especial relevância para a biologia. É costume dar nomes aos animais individualmente, quando criados pelos seres humanos; sobretudo quando se trata de animais domésticos.

Instituições

No âmbito comercial, o nome pode designar uma marca, um produto, um serviço, um evento, ou a própria instituição (empresa, associação etc). Neste último caso faz-se a distinção, em direito, entre os nomes que uma pessoa jurídica está habilitada a usar, quais sejam, o nome fantasia e a razão social. Esta faceta do nome interessa também a ramos do saber como o marketing e a publicidade.

Locais

Utilizam-se nomes também para designar um local. A ciência que estuda esta aplicação do nome chama-se toponímia, havendo especial interesse de ciências como a geografia e a astronomia, pois um espaço público, um acidente geográfico, um astro, são todos designados por nomes.

Coisas, fatos e conceitos

Cabe lembrar que as coisas, os fatos e os conceitos abstratos também recebem nomes. Isto inclui desde as denominações mais corriqueiras, como "cadeira", até as mais esdrúxulas, como chamar o próprio carro de "trovão", passando pela designação de sentimentos difíceis de se explicar, como "amor".

Neste aspecto, há um interesse especial por parte da linguística, da antropologia cultural e da psicologia, pois a forma como nomeamos o universo à nossa volta traduz muito das características do indivíduo e do grupo. Cite-se como exemplo o fato de haver uma única palavra em português para designar "neve", enquanto que os esquimós dispõem de várias, visto que para eles é possível fazer tal distinção.

Outro exemplo bastante conhecido é o da palavra "mamihlapinatapei", originária da Terra do Fogo e considerada como a mais sucinta do mundo. Ela é o nome de uma situação bastante complexa: "olhar trocado por duas pessoas em que cada uma espera que a outra inicie aquilo que nenhuma das duas tem coragem de iniciar".




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