Pular para o conteúdo principal

Lendas Urbanas II

"O Poço"

Eu tinha acabado de se mudar de casa nessa minha casa tinha um poço.Certo dia pelas 1:00 da manhã toda a minha família estava dormindo sós eu estava acordado quando ver eu ouvi uma zoada de alguma coisa sendo arrastada no poço eu olhei pela a janela, pois era de frente o poço e eu vi a pedra que fechava o poço em outro lugar e com marcas de uma mão de cor roxo avermelhada de uma hora para outra eu vi um vulto voltando para o poço e a pedra voltou a seu devido lugar eu assustado voltei para a cama a cama onde adormeci eu nunca contei para ninguém o que avia acontecido também depois de cinco meses nos se mudamos de novo, eu não sei o que era aquela coisa só sei que nunca vou se esquecer esse fato.

"A Menina e a Mãe"

Na casa de uma mulher solteira e mãe, uma linda criança chorava aos prantos, por ter frio e fome. A mãe, chamada Angelina, pegou a criança no colo, que devia ter no máximo um ano de idade, e a deu de mamar, fazendo com que esta cessase o choro. A noite estava fria e escura, e chovia muito, fazendo com quem ninguém saísse. Angelina deu uma rápida olhada na janela, para ver se o tempo já estaria melhorando, mas não percebeu nenhuma mudança. E o que ela também não havia visto, é que tinha alguém no seu jardim, observando Angelina com a criança no colo. Alguns minutos depois, esta pessoa invadiu a casa de Angelina, arrancou a criança do colo dela e matou a facadas a pobre moça, que ficou com o corpo estendido no meio da sala. A pessoa, que era uma mulher, chamada Joice, levou a criança para longe, criando-a durante 13 anos. A menina, que levou o nome Marina, tinha sensações estranhas, como se fossem apertos no peito. Marina, quase completando 14 anos de idade, descobriu que Joice, a assassina que ela chamava de mãe, matou sua mãe verdadeira para criá-la como filha. Com isso, ela fugiu de casa e ficou vagando pelas estradas a procura de um lar que a acolhe-se. Mas no caminho da estrada, ela teve novamente os apertos no peito e acabou desmaiando. Depois de quase 4 dias de desmaio,Marina acordou em um enorme quarto branco,lindo,pertencente à uma mansão.Neste mesmo momento,apareceu uma mulher,aparentava entre 40 e 50 anos, com um vestido azul, e perguntou:-Você está bem?-Marina respondeu:- Sim... Mas onde eu estou que lugar é este, onde estão minhas roupas?-Nisto, a moça acariciou seu rosto, dizendo para manter a calma, e começou a explicar à Marina o que havia acontecido:- Eu estava passando pela estrada onde você estava,quando vi seu corpo estendido na beira da estrada,lhe peguei, junto com sua mala, e lhe trouxe para minha mansão. Chamei um médico de minha total confiança, o Dr. Xavier, o que este disse que você apenas estava desmaiada, mas você não acordaria tão cedo. Este quarto onde você está pertenceu à minha filha Angelina, que morreu assassinada há 13 anos. Ela havia ficado grávida, saiu desta casa, e teve seu bebê em outra cidade. Descobri por outros meios que a criança que Angelina estava esperando era uma menina, e que levaria o nome de Rafaela. Mas infelizmente... -A mulher de uma pausa, e caíram algumas lágrimas de seus olhos, mas continuou a falar. -Infelizmente,quando ela foi morta brutalmente,levaram a criança. Mas fique tranqüila, que este quarto não é amaldiçoado nem nada. -Falou a gentil mulher, tentando achar um sorriso. Marina novamente sentiu os apertos no peito, mas muitas vezes mais fortes, e começou a gritar, pedindo por ajuda, sentindo fortes dores. A mulher, chamada Mercedes, perguntou o que a menina estava sentindo. Nisto, Marina começou a fechar os olhos lentamente, e entrou em coma. Mercedes, desesperada, levou Marina ao hospital, no qual o médico disse que Marina havia sofrido uma parada cardiorrespiratória, e que se ela não tivesse sido trazida as pressas ao hospital, ela poderia ter morrido. Enquanto isso, no quarto onde Marina estava internada, Marina viu luzes em sua volta, e viu uma linda mulher,morena,de olhos verdes,de pele clara,com um vestido branco com algumas pedrinhas cristalizadas.As características físicas da moça eram idênticas as de Marina,fazendo com que Marina descobrisse que a tal moça,era Angelina,sua mãe,a tal moça que Mercedes havia dito que era sua filha.Neste momento,Angelina se aproximou de Marina e lhe disse,em um recado calmo:-Se acalme,minha filha.Ainda não está na sua hora.Sua avó esta angustiada lá fora,e não sabe que sua neta está ao seu lado.Marina,preste atenção,as dores que você sente,infelizmente lhe acompanharão durante toda a sua vida.Dependendo do momento,as dores podem ser leves ou fortes demais.-Marina ficou assustada,e perguntou - Como assim,dependendo do momento?-Angelina, calma e paciente, lhe respondeu:- Quando você estava com a Joice, a mulher que lhe criou, as suas dores eram fracas, pois você não estava perto do seu objetivo,que era descobrir onde estava sua família e quem era sua mãe.Mas como você descobriu quem é sua família e quem ERA sua mãe,as dores vão aumentar,pois você está em frente do seu objetivo.Mas mesmo que você o alcance,as dores não irão parar.-Nesta hora, Angelina se despediu de Marina e foi embora,fazendo com que a menina voltasse à vida. Desde então, Marina contou à sua avó Mercedes o ocorrido. Passaram-se anos, e Marina se casou com um homem chamado Rogério, teve uma filha chamada Bibiana e um filho chamado Afonso. Teve quatro netas, todas as meninas, o qual os nomes eram Jaqueline, Suzana, Maria Paula e Vitória. Marina morreu aos 96 anos, juntando-se assim, aos céus, com Mercedes e Angelina.

"A Casa das Vozes"

Em uma casa no sitio, morava uma senhora que tinha uma neta, sua neta e seu marido foi passar o final de semana com sua avó, ao mostrar os quartos que sua neta e seu marido iriam ficar, Lívia sua neta foi abrir a porta de um dos quartos sua avó disse: _nunca abra a porta desse quarto, Lívia falou ta bom avó. Mais tarde, naquele mesmo dia Lívia não agüentava de curiosidade e foi ate o quarto, ao encostar a mão na maçaneta da porta seu marido apareceu e disse: _Lívia, sua avó disse que não era para entrar nesse quarto, vamos descer, ela já deve estar nos esperando pra jantar._tem razão, vamos descer. Apos jantarem Lívia e seu marido e sua avó foram para a sala, Lívia e seu marido viram uma bola rolando, acharam que tinha visto coisas foram para o quarto dormir, de madrugada Lívia acordou com umas vozes que dizia: socorro, socorro tira a gente desse lugar. Lívia foi ao quarto que sua avó tinha proibido, pois era de lá que vinha às vozes. Ao abrir a porta viu almas de crianças que brincavam, ao aparecer duas crianças pedindo ajuda: socorro Lívia só você pode nos ajudar. Lívia correu ao quarto e acordou seu marido, que foi ver o quarto e viu a mesma coisa. Foram ao quarto de sua avó que lhes contou uma historia: _alguns anos essa casa era uma escola que ao botar duas crianças de castigo à escola pegou fogo e essas crianças não tiveram como sair de lá e morreram. O dono desta escola construiu essa casa no mesmo local, e o corpo dessas crianças não foi enterrado. Lívia diz nossa avó sai desta casa? Tem uma maldição quem saiu da casa logo depois morreu. O marido de Lívia disse: calma Lívia eu tenho uma solução pra isso. Chamaram um padre que libertou os espíritos finalmente as crianças descansaram em paz.

"O Cão"

Um cão, da raça papa-ovo, de cor preta e olhos avermelhados, observa seu dono ser torturado e morto. São cinco homens, cabeludos, tatuados e musculosos. Todos usavam roupas pretas e com uma estampa escrita bem assim: LOVE THE DEATH. Eles são os autores dessa cena bizarra; mataram aquele homem na sua própria sala. Lá estava aquele corpo ao redor de várias velas, um corpo nu marcado por facas extremamente afiadas. E o único que não entendia nada era o seu cão, um animal irracional. No dia anterior, a polícia achou o cadáver. Só não conseguiram desvendar quem foram os culpados daquela brutalidade. Ao lado do corpo encontraram um cão. A família do falecido ficou com o corpo e eles fizeram um enterro digno. Ninguém nunca teve notícia do cachorro. Os dias se passaram e algo de estranho começou a acontecer. Misteriosas mortes ocorriam na cidade. Já era o segundo assassinato seguido, tendo como vítimas dois homens fortes e cabeludos, com pinta de roqueiros. A polícia só sabia que o autor desses crimes era um animal com dentes muito afiados. Houve, mais tarde, a terceira e a quarta morte, cujas vítimas tinham as mesmas características das outras. Porém, na quinta morte a polícia conseguiu dar um tiro no responsável por esses crimes. Era um cão de cor preta, raça papa-ovo e com os olhos avermelhados que ainda conseguiu fugir. E, ao mesmo tempo, era noticiado na televisão o fim de uma banda chamada LOVE THE DEATH, com todos os seus cinco membros assassinados por um animal que, descobriu-se depois, tratar-se de um cão, que ninguém sabe de onde veio. No cemitério, em cima do túmulo do jovem morto naquele ritual, a polícia encontrou um cão, ensangüentado e morto por um tiro. Até hoje, não se conseguiu desvendar esse mistério.

"Cachorro Negro"

Afonso era um sujeito alegre que vivia contando piadas. Mesmo assim, alguns de seus colegas desconfiavam de que ele guardava algum segredo. Embora fosse bastante comunicativo, recusava-se a falar do próprio passado. E muitos de seus conhecidos não o consideravam possuidor do melhor caráter deste mundo. Toda à noite, depois do trabalho, Afonso ia para um determinado bar e ficava bebendo, petiscando e passando cantadas nas garotas. Normalmente ele era um dos últimos fregueses a deixar o local. Naquela noite, ele foi o último a sair. Um denso nevoeiro dava à rua deserta um aspecto assustador. Meio bêbado ia tomar o rumo de sua casa quando alguma coisa o fez paralisar-se por uns instantes. Era um cachorro grande, preto, que o encarava com insistência. – Passa! Disse Afonso. Mas o cão não se moveu. Afonso falou mais alto, bateu com o pé no chão, gritou. O animal permaneceu a encará-lo com seus olhos de um tom castanho-amarelado que lhe parecera algo entre tristes e decididos. O único som que Afonso ouvia, além da própria voz, era o da respiração do cão, que não se moveu. Embora estivesse com um pouco de medo, Afonso deu-lhe as costas e seguiu caminhando em direção a sua casa, que ficava ali perto. Pelo menos, o cachorro não o seguiu – permaneceu estático onde estava. Na noite seguinte, a mesma coisa: ao sair do bar, lá estava o cão negro. Afonso gritou com ele, e ele continuou a fitá-lo de uma forma que parecia desnudar-lhe a alma. Afonso foi-se embora, apreensivo, e o cão continuou no mesmo lugar. A cena se repetiu por várias noites. Numa delas, Afonso saiu do bar com uma lata de cerveja e atirou-a na direção do animal. Nem assim o bicho se moveu. Quando deixava o bar na companhia de alguém, percebeu que não enxergava o cachorro. Mas sempre que saía sozinho ele estava lá, cravando-lhe o olho. Numa determinada noite, após haver tido uma desilusão amorosa, ficou bebendo só até altas horas. Afonso até se havia se esquecido do cachorro, por causa de sua irritação. Mas, quando saiu do bar, lembrou-se dele. Havia novamente um denso nevoeiro, comum naquela cidade durante aquela época do ano. A rua estava erma e escura. Afonso olhou em volta. Não viu nem sinal do cão. Respirou aliviado e deu alguns passos na direção de sua casa. Nesse instante, sentiu uma mão pesar sobre seu ombro e se voltou. Deparou-se com dois homens, que tinham o rosto coberto. Um deles mostrou-lhe uma faca. – A carteira ou a vida – disse ele. Afonso demorou um pouco para entender que estava sofrendo um assalto. Os efeitos do álcool o deixavam confuso. Excitado pela bebida, resolveu reagir. Tentou dar um soco no assaltante que estava desarmado. Mas o fato é que mal conseguia se mantiver em pé, e o sujeito facilmente o derrubaram, preparando-se para começar a chutá-lo. De repente, Afonso viu uma sombra negra se lançar sobre o assaltante e fazê-lo rolar pelo chão. O outro assaltante recuou um pouco, mas depois investiu contra a criatura com a faca. Esta se lançou em sua garganta. O homem soltou um grunhido, o último som que conseguiu emitir, e deixou cair à faca. Afonso ouviu o metal da arma tilintando ao cair na calçada e sentiu o sangue respingar sobre si. Tentou se levantar, mas só conseguiu sentar-se no chão. O cão negro lançou-se sobre o outro assaltante e Afonso viu, com certo horror, que o animal o mordia no rosto, arrancando-lhe parte da face. O infeliz berrou desesperado. Afonso finalmente conseguiu se levantar e saiu dali, correndo, cambaleando, caindo e tornando a levantar-se, até que finalmente entrou em casa. Seu casaco estava manchado de sangue vermelho-escuro. Livrou-se da peça de roupa e mal teve tempo de chegar ao banheiro, onde vomitou, um pouco por causa da bebedeira, um pouco por causa da cena grotesca que acabara de presenciar. No dia seguinte, esperava ler alguma coisa no rádio ou nos jornais acerca dos assaltantes. Deviam ter morrido. Pelo menos o que tivera a garganta dilacerada pelo cão. Mas não havia uma palavra sequer na imprensa acerca do ocorrido. Bem cedo, passou pela frente do bar, imaginando que ainda haveria vestígios do sangue derramado, mas a calçada estava estranha e impecavelmente limpa. Perguntou ao funcionário da limpeza do bar e a alguns vizinhos. Ninguém sabia de ataque de cachorro ou coisa parecida por ali. Afonso foi trabalhar, mas permaneceu o dia inteiro confuso. Teria sido uma alucinação? Quando chegou em casa, as manchas de sangue em seu casaco pareciam demonstrar o contrário. Resolveu guardá-lo sem lavar, mais para se convencer de que não estava louco do que por qualquer outro motivo. Durante alguns dias, não foi ao bar. Mas, por fim, seus amigos o convenceram de voltar lá, no que sempre fora seu lugar preferido da cidade para um “happy hour”. Acabou ficando até mais tarde e saiu sozinho. Mal cruzou a porta do estabelecimento, divisou, em meio à neblina, a figura conhecida do cachorro preto. Talvez estivesse bêbado demais para ter medo, mas o fato é que o animal provavelmente lhe salvara a vida. – Vem cá – chamou. O cão moveu-se em sua direção. Afonso acariciou-lhe a cabeça. Caminhou lentamente para casa, e o cachorro o seguiu. Afonso abriu o portãozinho do pátio e o deixou acomodar-se na varanda. Na manhã seguinte, o animal permanecia por ali. Deitou-lhe algum resto de comida antes de sair para o trabalho. Porém, naquele mesmo dia, Afonso descobriu, pelos jornais, que havia sido descoberto o corpo em decomposição de um homem, com a garganta dilacerada, e, pela foto que apareceu no jornal, identificou o bandido que o atacara. Não fazia idéia de como o corpo atravessara a cidade e fora parar no matagal onde havia sido encontrado. Porém, lembrando-se de que havia outro bandido, o qual talvez ainda estivesse vivo – vivo desfigurado pelas mordidas do cão e furioso resolveu comprar uma arma para se defender, caso o criminoso sobrevivente viesse atrás dele. Adquiriu clandestinamente um revólver que guardou em casa. Daí a algumas noites voltou ao bar e conheceu uma garota. Após algumas doses de bebida e muita conversa, convenceu-a a visitar sua casa. Quando chegaram, Afonso não viu o cão no pátio da frente. Chamou-o, mas ele não apareceu. Não deu importância. Ele e a jovem entraram. Afonso acendeu a luz. De repente, vindo do interior da casa, o enorme cão negro avançou furiosamente. A moça ainda teve tempo de gritar. O animal lançou-se sobre ela, derrubando-a. Afonso tentou afastá-lo, mas o cão rosnou para ele de forma tão assustadora que ele se desesperou. Investiu contra o bicho, que o mordeu, rasgando-lhe a pele da mão esquerda, e voltou a cravar os dentes no peito da moça, de uma maneira tal que parecia querer arrancar-lhe um dos seios. Ela berrava, contorcia-se, mas não conseguia se defender. Diante daquela visão horrível, Afonso buscou o revólver. Apontou-o e hesitou. – Atira! Gritou a mulher. – Por favor, atira! A mão de Afonso tremia, mas ele apertou o gatilho duas vezes. Súbito, o cão largou sua presa e fugiu para o fundo da casa, sem qualquer sinal de ferimento. Afonso correu para a jovem, que ainda lhe lançou um olhar desesperado. Sua roupa estava coberta de sangue. Ele pensou em chamar uma ambulância, mas, mal tirara o telefone do gancho, ouviu fortes batidas na porta: – Polícia! Gritou uma voz masculina. – Abra! Estarrecido Afonso não se moveu. A voz insistiu, e ele pensou em fugir, mas não teve tempo. Dois policiais arrombaram a porta e, antes que ele entendesse o que estava acontecendo, haviam-lhe colocado às algemas. Um vizinho ouvira os tiros e telefonara para a polícia, que acionara uma viatura que se encontrava próxima ao local... Diante do Delegado, Afonso tentava se explicar: – Um cachorro... Meu cachorro a atacou e eu teve de atirar para tentar salvá-la! O Delegado o olhou com interesse. – Deveras, Sr. Afonso? Pois eu lhe digo que não havia qualquer sinal de dentadas de cachorro no corpo da vítima. – Mas como? Eu vi! O cachorro mordeu... Mordeu os seios dela, e eu tive que atirar nele! O Delegado deu uma gargalhada e o encarou. – Desta vez você arranjou uma desculpa terrivelmente absurda para ter cometido um crime, Afonso Pedroso. Afonso se sentiu confuso. – O quê? Perguntou. – Você não se lembra de mim, Afonso. Mas eu me lembro de você. Faz tempo e foi longe daqui. Eu era apenas um inspetor de polícia. Mas me lembro muito bem de seu ar de deboche, de sua certeza na impunidade. Desta vez você não vai escapar Afonso. Fez uma pausa e o olhou: – Até porque não é de um único homicídio que você está sendo acusado. O namorado da mulher que você matou também foi assassinado há alguns dias. Era um cara bastante perigoso, e não vou me admirar se você alegar legítima defesa. Mas também não vou acreditar em você. Nem o promotor. E, provavelmente, nem o júri, desta vez. – Quem foi assassinado? Perguntou Afonso, sentindo-se cada vez mais perdido. – O namorado de sua vítima, Afonso. Foi encontrado morto num matagal, há alguns dias. E nós encontramos um casaco seu, na sua casa, com sangue. Tenho certeza de que os exames comprovarão que é o sangue dele. Afonso sentiu-se sem ar. – Mas... – gemeu. – Mas também foi o cachorro que matou aquele homem!... O Delegado deu uma gargalhada. – Cachorro? Que cachorro? A polícia não viu cachorro nenhum em sua casa, Afonso! Afonso estremeceu. O Delegado inclinou-se em sua direção e cravou-lhe o olho. – Desta vez, você vai pagar por estes dois crimes, Afonso Pedroso. Pena que eu não possa mais fazer você pagar por aquele outro... Arrastaram-no à cela da Delegacia. Num canto dela, havia uma janelinha com grades que dava para um pátio interno. Afonso correu para ela, sentindo-se sufocado, e respirou fundo. Então, seus olhos pousaram numa sombra negra, na qual brilhavam duas chamas castanho-amareladas, que o encarava, ofegante, a língua muito rubra balançando no ritmo de sua respiração. De repente, Afonso se lembrou de tudo o que acontecera anos atrás. Tivera um bom advogado e fora absolvido. Obrigara-se a se esquecer. Mas agora, tudo voltava à sua mente, como se houvesse uma explosão, um clarão que lhe incendiasse, na alma, aquelas memórias que ele tentara enterrar com tanto afã. Um empregado de seu pai. Um jovem. Já nem se lembrava por quê. Talvez houvesse sido por ele haver reclamado das regras de trabalho desumanas a que ele e seus companheiros costumavam ser expostos. Afonso e outros dois empregados, mais subservientes, haviam-no encurralado, num canto da fábrica, após o final do expediente. Afonso dera-lhe um soco tão violento que lhe fizera com que dois dentes do infeliz saltassem longe. Depois, enquanto os outros dois o agarravam, Afonso lhe desferira vários pontapés. O jovem cuspia sangue, e Afonso não sabia se era dos dentes arrancados ou se de dentro de seu corpo, de algum órgão interno – e nem lhe importava. Por fim, um dos dois tinha lhe alcançado uma barra de ferro. Afonso batera com ela no jovem até seu braço ficar dormente. Os outros dois empregados haviam-no levado, moribundo, e o tinham soltado a uma boa distância da fábrica. Mas Afonso ficara sabendo que o jovem não tinha resistido aos ferimentos. O cachorro preto latiu, arrancando-o de suas lembranças. Súbito Afonso compreendeu. – Desgraçado! Gritou. – Vagabundo!... Dali por diante, sempre que foi levado a interrogatório, Afonso só pronunciava o que, aos olhos do Delegado, do Juiz e do Promotor, não passavam de palavras sem nexo. Foi considerado louco e internado num manicômio judiciário, onde ficou até o final de seus dias. E, sempre que tentavam falar com ele, dizia coisas sem sentido a respeito do fantasma.

"Vingança"

Certa vez, um casal estava procurando uma casa para morar e acharam uma enorme e com preço ótimo. Esse casal tinha uma filha de 5 anos chamada Kim. Tudo ia bem, até que a pequena Kim reclamava pros pais que ouvia barulhos estranhos pela casa toda, como que se estivesse alguém caminhando pelos corredores com passos muito fortes. Os pais não deram muita importância, até que a pequena Kim começou a ter pesadelos terríveis e sentia um calor muito grande em seu quarto. Os pais estranharam, mas continuavam achando que poderia ser apenas impressão, afinal, Kim era muito pequenininha e a casa era muito grande e crianças geralmente se assustam com casas grandes durante a noite. Um dia, os pais de Kim tinham ido ao mercado e na volta, foram parados por uma de suas vizinhas, uma velhinha muito simpática, que se apresentou como Dona Angélica. A conversa ia fluindo muito bem, mas a velhinha comentou com os pais de Kim: “Nossa, vocês tiveram muita coragem ao se mudarem pra esse velho casarão.” Os pais de Kim se olharam e perguntaram o porquê. A velhinha então explicou: “Aí morou um velho muito rabugento, se chamava Alfredo, que odiava todo mundo, principalmente crianças. Todo mundo tinha pavor dele. Um dia, ninguém sabe o porquê, ele se matou botando fogo no próprio corpo na cama dele.” Os pais sentiram um estranho calafrio e perguntaram para a velhinha aonde era o quarto do velho. Ela respondeu: “Era o último, no segundo andar.” Os pais gelaram e lembraram: “É o quarto da Kim!” Depois de ouvirem isso, já na porta de casa, ouviram gritos vindos do quarto de Kim, quando os pais entraram, o corpinho da pequena Kim estava em chamas, ela gritava de agonia. Os pais, desesperados, a levaram para o ponto socorro. Foi preciso muitas cirurgias para retirar as marcas de queimaduras do corpo da menina, mas ela sobreviveu. Depois disso, a família se mudou para outra cidade, mas deixou o novo endereço e telefone para Dona Angélica, que foi sempre muito gentil com eles. Um mês depois, os pais receberam uma ligação de Dona Angélica, apavorada, dizendo: “Os senhores não sabem o que aconteceu com o casarão do falecido velho Alfredo! Essa madrugada pegou fogo do nada, mas dentro das chamas, eu ouvi muito claramente, gargalhadas diabólicas que só pararam quando o fogo consumiu todo o casarão!” Será que o falecido velho e amargurado Alfredo mandou uma vingança do túmulo?.


Comentários